As
apreensões de animais silvestres no Distrito Federal,
no primeiro semestre deste ano, aumentaram 36,8% em relação
ao mesmo período de 2003, passando de 266 para 364.
Somente nas últimas duas semanas, três grandes
apreensões movimentaram os agentes que trabalham na
defesa do meio ambiente. Os dados da Companhia de Polícia
Militar Ambiental (CPMA) revelam que, na maioria das vezes,
os animais são comercializados ilegalmente em feiras
livres ou em criadouros não autorizados pelo Ibama.
A população é a responsável pelo
crescimento no número das apreensões. De acordo
com a CPMA e o Ibama, 80% das operações de resgate
desses animais são oriundas de denúncias anônimas.
O delegado-chefe Carlos Alberto de Oliveira, da Delegacia
de Meio Ambiente (Dema), diz que recebe de 30 a 40 denúncias
por mês. A CPMA, por sua vez, recebe, no mínimo,
três denúncias por dia. As denúncias foram
as maiores responsáveis pelo aumento de 16,8% nas operações
contra o tráfico.
Os pássaros são os mais requisitados por compradores
e criadores ilegais no DF. A preferência, especificamente
pelos passeriformes – canário e pássaro-preto,
por exemplo – se dá pela boa aceitação
deles no mercado negro. Para a veterinária Lícia
Maria Said De Lavor, que trabalha no Ibama, as aves são
mais fáceis de serem capturadas e transportadas.
"O homem pega esses animais por arapucas. Transporta
dentro de veículos e vende em qualquer lugar. O problema
é que algumas pessoas acham que podem ter papagaios
em casa como se fossem cachorros", afirma Lícia.
A herança cultural do povo brasileiro contribui para
esse hábito, segundo a veterinária. "Desde
o descobrimento do Brasil, quando as riquezas da natureza
já eram retiradas de seu habitat natural", diz
Lícia. De acordo com a Organização das
Nações Unidas (ONU), o tráfico de animais
silvestres é a terceira atividade ilícita do
mundo, só perdendo para os tráficos de drogas
e armas.
As informações são
do Jornal de Brasília.
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