O perfil da juventude brasileira traz dados preocupantes.
Cerca de 39% dos jovens com idades entre 15 e 24 anos não
usaram camisinha na última relação sexual,
36% deles já trabalham e 52% têm o hábito
de tomar bebida alcoólica com freqüência.
Os números fazem parte da pesquisa Perfil da Juventude
Brasileira, um estudo realizado pelo Projeto Juventude e pelo
Instituto Cidadania em áreas urbanas e rurais de todo
o País.
A pesquisa ouviu 3,5 mil jovens, de 15 a 24 anos, de ambos
os sexos e todos os segmentos sociais, em 198 municípios
brasileiros. Os dados foram colhidos entre novembro e dezembro
do ano passado.
A publicação traz informações
sobre interesses e preocupações dos jovens,
valores, visão da escola e do trabalho, percepção
das instituições e das atividades políticas,
concepção da cidadania e de direitos humanos.
Retrata, ainda, os hábitos de lazer, suas preferências
culturais, condição familiar, aspectos da sexualidade,
contato com as drogas e testemunho da violência social
que os cerca.
Quando o assunto é trabalho, 36% dos jovens ouvidos
estão inseridos no mercado, 32% já trabalharam,
mas estão desempregados, 24% nunca trabalharam nem
procuraram uma ocupação e 8% nunca trabalharam,
mas estão procurando emprego. A maioria dos jovens
que trabalha, ou seja, 57%, ajuda a família.
"Este é um grande problema entre os jovens. Muitos
trabalham para auxiliar a família e deixam a escola
em segundo plano", comenta Maria Fátima Olivier
Sudbrack, professora do Departamento de Psicologia Clínica
da Universidade de Brasília (UnB).
Luiz Henrique de Souza, 17 anos, morador de Sobradinho, segue
bem esse perfil. Ele é montador de estantes e trabalha
desde os 10 anos para ajudar em casa. Mas o rapaz garante
que não prejudica seus estudos por causa do emprego.
"Faço bico nas horas vagas, por isso a escola
não é afetada", assegura.
A pesquisa também constatou que os jovens estão
mais conscientes quanto à percepção política.
Dos 3.501 entrevistados, 54% consideram a política
muito importante, 33% mais ou menos importante e 11% nada
importante.
Segundo 53% deles, a democracia é sempre melhor do
que qualquer outra forma de governo. Mas quando se fala em
deputados e senadores, 64% afirmam não confiar nesses
políticos.
As informações são
do Jornal de Brasília.
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