O relator
na comissão mista criada para analisar a medida provisória
do salário-mínimo, deputado Rodrigo Maia (PFL),
deve apresentar na quarta-feira seu relatório propondo
o aumento do valor de R$ 260 para R$ 275. O PFL e o PSDB já
estão conversando com partidos da base do governo como
o PTB, PL, PPS e PC do B e, em último caso, a oposição
está disposta a fechar um acordo em R$ 270.
"Já temos o apoio de quase todos os partidos
para um mínimo de R$ 275. Esse valor não é
demagógico, apresentamos as fontes orçamentárias.
Não estamos querendo apenas marcar posição.
Por isso, estamos agregando as propostas dos partidos aliados",
observa Maia.
A proposta da oposição baseia-se numa sobra
orçamentária de R$ 2,2 bilhões, dinheiro
suficiente, segundo pefelistas e tucanos, para agregar ao
mínimo mais R$ 15.
"Essa é uma questão de prioridade. O governo
alega que esse dinheiro está reservado para a reforma
agrária. A nossa prioridade é o aumento do mínimo.
Achamos que agrega um número maior de pessoas",
diz Maia.
O PCdoB apresentou proposta de R$ 280 e outros partidos aliados
querem pelo menos R$ 275. O governo está preocupado
com o desgaste desse debate. A avaliação interna
é que, no quadro atual, haverá uma votação
apertada mesmo sendo necessária apenas maioria simples.
Pressão
Como será uma votação nominal,
o governo avalia que muitos deputados podem ser pressionados
por suas bases.
" Os partidos da base não vão negociar
sem autorização do governo. É preciso
que todos os aliados segurem o tranco e votem o valor de R$
260. No momento em que a economia está sinalizando
para uma recuperação, não podemos pôr
o projeto do país em risco", advertiu o presidente
do PT, José Genoino.
GERSON CAMAROTTI
do jornal O Globo
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