Professores
e funcionários das Faculdades Tecnológicas (Fatecs)
e das Escolas Tecnológicas Estaduais (ETEs) decidiram
voltar ao trabalho na segunda-feira. Mas isso não significa
que as aulas serão retomadas totalmente: os alunos
das Fatecs decidiram continuar parados.
Eles também têm reivindicações
e dizem só voltar às aulas quando elas forem
atendidas. Na pauta estão, além do salário
dos professores - reposição de 72,22%, referente
ao período de maio de 1996 a maio de 2003 -, o orçamento
das Fatecs e a permanência do status de cursos de graduação
acadêmicos, e não profissionalizantes.
"A gente sabe que o governo tem como pressionar os professores.
Mas não tem como nos pressionar, porque não
temos vínculo salarial. Vamos continuar a greve",
disse o estudante Henrique Drovandi, do Centro Acadêmico
XXIII de Abril. O CA vai "conscientizar" os alunos
de que é importante não assistir às aulas.
ETEs
Os professores e funcionários das ETEs estavam em greve
desde fevereiro e, segundo os professores, 17 das 105 unidades
do Estado estavam parcialmente paradas. Algumas voltaram a
funcionar já na quinta-feira, quando a decisão
foi tomada.
Os grevistas das ETEs estabeleceram condições
para o retorno. "Como a secretaria aceitou os termos
do acordo, suspendemos a greve. Vamos ver se eles vão
cumprir e negociar realmente", disse a secretária-geral
do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, Silvia
Elena de Lima.
Entre os pontos do acordo estão o pagamento dos dias
parados - contanto que as aulas sejam repostas -, a não-punição
dos grevistas e a abertura da negociação salarial.
Fatecs
Os professores das Fatecs, iniciaram em março sua paralisação,
que prejudicava sete das 17 unidades do Estado, afetando 11
mil alunos, segundo o sindicato dos professores. "Decidimos
dar um voto de confiança ao secretário (da Ciência
e Tecnologia) e ao governo", disse o professor Marcelo
Capuano, da Fatec São Paulo, após assembléia
encerrada por volta das 20h30 de quinta-feira.
Segundo o secretário-adjunto da Secretaria de Estado
de Ciência e Tecnologia, Fernando Dias Menezes, os professores
que pararam terão o pagamento efetuado, contanto que
se comprometam a repor as aulas perdidas. "A secretaria
está disposta a negociar todos os pontos", disse
Menezes.
Limite prudencial
Desde o início do movimento, o governo vinha dizendo
que não podia conceder aumento por causa da Lei de
Responsabilidade Fiscal, que limita gastos com folha de pagamento
do funcionalismo público.
A expectativa do governo é de que a arrecadação
registrada nos primeiros quatro meses deste ano aumente e
passe a permitir a elevação de gastos e, em
conseqüência, o reajuste salarial.
"Se sairmos do chamado limite prudencial, haverá
reajuste. Só será preciso negociar de quanto",
afirmou o secretário-adjunto. Segundo ele, o vestibular
para o segundo semestre está garantido.
As informações são da Agência Estado.
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