HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
  novela
06/05/2004

Base vacila, e oposição instala comissão para rever mínimo

A oposição na Câmara dos Deputados e no Senado aproveitou um descuido do governo e conseguiu quórum para instalar a comissão mista encarregada de examinar a medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 260.

O presidente e o relator são da oposição: o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), na ordem. O senador Paulo Paim (RS), petista que defende um mínimo de US$ 100, é o vice-presidente.

Surpreendidos pela instalação -já que a praxe no Congresso é o não-funcionamento das comissões mistas destinadas ao exame das MPs antes de elas irem a plenário-, governistas chegaram a falar em "golpe" da oposição.

"O que houve foi uma desatenção do governo, que subestimou a oposição", afirmou o líder do PFL, senador José Agripino (RN).

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), justificou a ausência de líderes governistas na sessão destinada à instalação da comissão dizendo que a "questão é burocrática" e que a lista de indicados para uma MP é repetida automaticamente pela

Mesa do Congresso na MP seguinte, já que essas comissões nunca funcionam.

As lideranças do PT nas duas Casas passaram a tarde elaborando um requerimento anulando a instalação da comissão. Um dos argumentos foi a ultrapassagem de um dia no prazo previsto regimentalmente para a instalação.

Outro argumento foi o fato de o presidente e o relator serem da oposição. Governistas alegam que a praxe é haver alternância de forças políticas entre os dois cargos.

A oposição pretende elevar o valor, mas não há uma proposta consensual. O PSDB fala em R$ 275. Paim, em US$ 100. O PFL propõe R$ 322.

Assim que soube do ocorrido, o presidente da Câmara, João Paulo, reuniu-se com todos os líderes dos partidos na Casa para avaliar a situação. O encontro foi tenso, com governistas buscando culpados e acusando a oposição de ter patrocinado uma armação.

"Estamos tentando entender até agora o que aconteceu", disse Professor Luizinho (PT-SP), líder do governo na Câmara.

No final da tarde, o PT apresentou uma questão de ordem no plenário da Câmara argumentando que a comissão feriu princípios regimentais e que, portanto, é irregular.

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), encaminhou a questão para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidisse.

A tendência é que haja uma comissão, mas com um relator escolhido pelo PT.
"O governo está sentindo o peso de ser governo. Queremos apenas que digam claramente que defendem um mínimo de R$ 260", disse o deputado José Carlos Aleluia (BA), líder do PFL.

 

RAQUEL ULHÔA
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
05/05/2004 Governo eleva subsídio para o 1º Emprego
05/05/2004
Particulares rendem só R$ 226 milhões ao governo
05/05/2004
900 cursos superiores estão sem aval do MEC
05/05/2004
Caixa reabre crédito para a classe média
05/05/2004
Cesta básica: 12 capitais têm deflação com oferta maior e renda achatada
05/05/2004
Para novo presidente de conselho, cota não ataca origem do problema
05/05/2004
Para Delfim, falta confiança no Brasil
04/05/2004
Lei Rouanet muda para redistribuir recursos
04/05/2004
Lula deve anunciar pacote de geração de empregos na próxima semana, diz Afif
04/05/2004 Secretário dos EUA elogia 'conquistas' da política monetária do Brasil