O preço
da cesta básica caiu em abril, na comparação
com o mês anterior, em 12 das 16 capitais brasileiras
pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Segundo
o levantamento, a queda no valor (deflação)
do conjunto de produtos alimentícios essenciais tem
relação com o aumento da oferta e a perda de
poder aquisitivo da população, o que freia reajustes
de preços.
" Os supermercados, por exemplo, estão rejeitando
reajustes propostos por fornecedores, temendo queda nas vendas.
Mas a safra dos produtos agrícolas pesou bastante",
afirmou o economista e técnico do Dieese José
Maurício Soares".
Menos tempo de trabalho
Em abril, a mais expressiva redução
percentual no preço da cesta, na comparação
com março, foi registrada em Fortaleza (4,46%), onde
o custo era de R$ 137,23. No entanto, esse valor é
bem menor do que o registrado na capital paulista, que teve
pelo segundo mês consecutivo o maior valor (R$ 165).
Em São Paulo e no Rio, as quedas nos preços
em abril foram de 1,17% e 3,14%, respectivamente. No acumulado
em 12 meses, o custo da cesta básica caiu, nas duas
cidades, 11%. Em abril de 2003, a cesta custava R$ 185,40
em São Paulo, o maior valor já registrado, e
R$ 173,20 no Rio, onde no mês passado caiu para R$ 153,59.
De acordo com o Dieese, o trabalhador que ganha salário-mínimo
precisou despender, em abril, na média das 16 capitais,
135 horas e 19 minutos da jornada mensal para adquirir os
produtos alimentícios básicos. Em março
deste ano, a mesma compra exigia um pouco mais, 137 horas
e 19 minutos. Há um ano, porém, quando o mínimo
já havia sido reajustado e valia R$ 240, a jornada
necessária superava a atual em mais de 12 horas, chegando
a 147 horas.
ROBERTO SAMORA
Do Globo Online
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