BRASÍLIA.
Guardado a sete chaves pelo governo federal, o projeto das
farmácias populares deverá finalmente sair do
papel este mês, em data ainda incerta. Uma das cidades
que será beneficiada nesta primeira etapa é
o Rio de Janeiro, que deverá receber mais de uma unidade.
O programa começará em quatro cidades. Além
do Rio de Janeiro, que entrou na lista por abrigar os principais
laboratórios estatais de remédios, Recife e
Salvador estão confirmadas.
O governo federal ainda tenta fechar outra parte do projeto,
que será a criação de uma cesta básica
de remédios — entre eles os de uso contínuo,
como para diabetes e hipertensão — com preços
reduzidos e que seriam vendidos nas farmácias privadas.
Haveria uma redução da carga de impostos nesses
produtos, uma espécie de desconto que seria transferida
diretamente ao preço final. Como a negociação
ainda não está fechada, não se sabe se
o ministério conseguirá lançar as duas
propostas simultaneamente.
No caso do Farmácia Popular, a versão inicial
do projeto estava prevista para ser lançada no fim
desta semana em Salvador, com a presença do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, o Palácio
do Planalto não conseguiu confirmar a viagem.
Acesso
As farmácias deverão ficar em lugares de fácil
acesso. Os remédios serão fabricados nos laboratórios
oficiais ou em empresas privadas, a preço de custo.
Como o governo pode fazer grandes compras, há possibilidade
de negociar a redução dos valores pagos aos
laboratórios.
O ministério descarta a possibilidade de os remédios
serem vendidos em hospitais ou postos de saúde, que
concentram a distribuição dos produtos do programa
Farmácia Básica e os medicamentos de alto custo,
como os usados para tratamento de hepatite C e câncer.
O ministério quer evitar a mistura dos dois sistemas
de distribuição.
Até o fim do ano, o governo pretende instalar 50 unidades.
As farmácias populares estão no programa de
governo do PT, mas têm sido difícil fazê-las
decolar. A proposta final atrasou, apesar de o Ministério
da Saúde ter o projeto pronto desde dezembro de 2003.
De lá para cá, o início está dependendo
da agenda de Lula.
Em dezembro, o ministério esperava apresentar as farmácias
em janeiro. Agora, a garantia é de que será
antes da viagem de Lula à China, no dia 22 deste mês.
As informações são
do jornal O Globo.
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