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  josé dirceu
04/05/2004

Enquanto salário estiver atrelado à Previdência reajuste será insuficiente

O chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem que o Brasil precisa ter coragem para desvincular o salário-mínimo dos benefícios pagos pela Previdência Social. Para o ministro, seria a única forma de aumentar o seu valor real. Ao discursar na abertura do Fórum Nacional para Expansão do Porto de Santos, Dirceu afirmou que o governo agiu com responsabilidade ao dar o aumento de apenas R$ 20, elevando o mínimo para R$ 260:

”Ou o Brasil tem coragem de desvincular o salário-mínimo da Previdência ou o salário-mínimo será sempre um salário que não corresponde nem mesmo à necessidade de expansão do mercado interno”.

Dirceu lembrou que o governo não propôs a desvinculação do salário-mínimo dos benefícios da Previdência. Para o ministro, este problema precisa ser debatido pelo Congresso e pela sociedade.

”O mínimo no Brasil está vinculado à Previdência e isso tem impedido um aumento maior. É uma questão que precisa ser discutida pelo país”.

“Audácia é ter responsabilidade”
Ao ser lembrado de que o PT condenava a solução quando era oposição, sob o argumento de que provocaria a defasagem dos benefícios da Previdência, Dirceu afirmou:

”Eu disse e repito que a sociedade precisa discutir esta questão. Não é só uma questão do Congresso: o governo faz parte deste debate e a sociedade também”.

Segundo Dirceu, o governo estava ciente de suas limitações ao estabelecer em R$ 260 o novo mínimo:

”A gente tem que ter clareza das limitações, sem perder a esperança, a fé, o otimismo e sem deixar de ter audácia. E audácia neste momento é ter a responsabilidade, como fizemos agora, de não dar um aumento maior que R$ 260. Poderíamos ter dado R$ 300, mas teríamos um impacto de R$ 12 bilhões nos gastos públicos”.

Sobre a pressão no Congresso para aumentar o valor do mínimo, o ministro afirmou que o Legislativo é soberano para decidir. Mas lembrou que o Orçamento e a economia não permitem aumento maior.

Genoino
O presidente nacional do PT, José Genoino, fez ontem um mea-culpa admitindo que o partido, no passado, deveria ter tratado o assunto “com mais consistência”:

”Quando o PT estava na oposição, deveria ter tratado a questão do salário-mínimo com mais consistência. A responsabilidade de governar o Brasil é muito maior. Temos que trabalhar como nunca por crescimento e emprego para aumentar a renda do trabalhador”.

Genoino cobrou do PT apoio ao reajuste proposto pelo governo:

”O PT tem de defender essa posição. Temos que priorizar o crescimento. A geração de empregos é a maior prioridade do governo. Todos defendemos um mínimo maior, mas não tivemos condições de fixar uma taxa superior à que foi decidida”.

Na Câmara, porém, o líder da bancada, deputado Arlindo Chinaglia (SP), disse ontem que pretende discutir com o governo uma margem de negociação em relação ao mínimo:

”A bancada é e continua sendo favorável a um salário-mínimo maior, pela dimensão social que ele tem. Mas somos solidários ao governo”.

Mas ele não está disposto a liderar ação contra a decisão do governo.

”Vamos procurar o governo para saber a margem que temos. A bancada quer mais, mas tenho certeza que o governo está agindo com responsabilidade. Vamos conversar e fazer uma tensão levíssima, moderada, para ver se o governo pode abrir os cofres”.


As informações são do jornal O Globo.

 


   
 
 
 

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