Com 589.383
estudantes concentrados na maior parte (55,1%) na rede particular,
a educação técnica no Brasil vai passar
por reformulações nos próximos meses,
sob a coordenação do Ministério da Educação.
Estão em es4tudo desde a reunificação
do ensino técnico e médio, separado no governo
de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), até a proposta
de criar comando único para a política da área,
atualmente diluída em pelo menos oito ministérios.
As novas medidas implicam ampliação da carga
horária, melhoria da qualidade das escolas, aumento
do número de matrículas e necessidade de mais
professores. Esbarram em questões como falta de verba
e docentes.
Projeções do próprio ministério
apontam falta de cerca de 250 mil professores de 5ª a
8ª séries do fundamental e de todo o médio.
O problema atinge mais intensamente ciências e matemática.
Para tentar amenizá-lo, se reuniu pela primeira vez
na semana passada a Capemp (Comissão de Aperfeiçoamento
de Professores do Ensino Médio e Profissional).
O grupo será responsável por estratégias
para a valorização de professores, além
de tentar descobrir projetos inovadores e estimular a formação
dos docentes.
Entre tudo o que vem sendo discutido na área de educação
técnica, um ponto está praticamente definido:
será publicado um decreto permitindo integrar novamente
o ensino médio e profissional. Separados em 1997, os
dois níveis poderão ser oferecidos pela mesma
escola, integrados, dando ao aluno um diploma do ensino médio/técnico.
"Salto qualitativo"
Segundo o secretário Antônio Ibañez
(Educação Profissional e Tecnológica),
haverá salto qualitativo "se os Estados aderirem".
"Não vamos obrigar ninguém a fazer. Estamos
abrindo a possibilidade para isso", afirmou Ibañez.
O decreto, que deve ser enviado nos próximos dias
ao Palácio do Planalto, prevê ainda a possibilidade
de ampliar o ensino médio de três para quatro
anos, inserindo a parte profissional. Cabe aos Estados a implantação
ou não.
De acordo com a legislação que vigora hoje,
os alunos podem cursar os dois níveis ao mesmo tempo,
mas só recebem o diploma técnico após
concluírem o ensino médio. Atualmente existem
cursos técnicos (para estudantes que já passaram
pelo médio), o básico (para jovens e adultos,
independentemente da escolaridade) e o tecnológico.
De acordo com Ibañez, o Ministério da Educação
também está mapeando a educação
profissional entre os vários ministérios para
levantar o valor investido anualmente, que tipos de curso
são oferecidos e o resultado disso. "Vamos apresentar
sugestão para unificar a política profissionalizante.
O ideal é que ficasse no MEC", disse o secretário.
Ibañez afirma que, somente no chamado sistema S (que
inclui, por exemplo, Sesi, Senai, Sesc, Sebrae), são
investidos cerca de R$ 4,5 bilhões por ano. Já
o Ministério da Educação aplica outro
R$ 1,3 bilhão em escolas técnicas e agrotécnicas.
|