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Brasil tem mostrado avanços importantes para cumprir
os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mas uma
parcela da população não tem sido beneficiada
por essas melhorias. A avaliação foi apresentada
pelo representante da ONU e do PNUD no Brasil, Carlos Lopes,
em seu discurso na abertura da Semana Nacional pela Cidadania
e Solidariedade, nesta segunda-feira, no auditório
do Parlatino, em São Paulo.
“No caso do Brasil, os progressos em termos gerais
têm sido muito bons. Mas algumas áreas e grupos
ainda não estão se beneficiando o suficiente,
enquanto segmentos ricos da população continuam
a avançar rapidamente”, alertou. Ele disse que
o Brasil terá um “desafio real” para conseguir
cumprir alguns Objetivos, mas destacou que a mobilização
da sociedade e do governo em diferentes níveis podem
tornar isso possível. A campanha iniciada na Semana
pela Solidariedade é “a mais vasta no mundo”,
segundo Lopes, o que demonstra a disposição
do país em alcançar as metas.
Os desafios do Brasil são, em grande parte, semelhantes
aos do mundo. Os avanços tecnológicos e os progressos
em áreas como a saúde contribuem bastante para
alcançar os Objetivos do Milênio, mas, ressaltou
o representante da ONU e do PNUD, o que falta é distribuir
melhor essas conquitas. “O maior problema é a
aplicação eficiente e eqüitativa dos recursos
existentes".
Tom semelhante apareceu no pronunciamento do secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, em um vídeo apresentado durante
a cerimônia. “Temos recursos e conhecimentos para
atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”,
afirmou, para ressaltar em seguida que as metas só
serão cumpridas se todos, “ricos e pobres”,
fizeram a sua parte. Dos países pobres, Annan cobrou
melhoria na administração pública; dos
países ricos, cobrou mais ajuda ao desenvolvimento
e o fim do “escândalo dos subsídios ao
comércio agrícola”.
RICARDO MEIRELLES
da PrimaPagina
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