Globalização,
biodiversidade, novos mapas sociais e econômicos, políticas
públicas, cidadania, ética e inclusão
digital estão entre os temas que serão abordados
no primeiro Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Substituto do extinto Provão, o novo exame será
aplicado no dia 7 de novembro a uma amostra de alunos do primeiro
e do último ano de 2.137 cursos de 13 áreas
do ensino superior.
Portarias do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), publicadas ontem no "Diário Oficial"
da União, definem que a prova terá dez questões
(dissertativas e de múltipla escolha) para avaliar
a formação geral do estudante.
Essa é uma das inovações em relação
ao extinto Provão. O formato anterior da prova, que
vigorou até o ano passado, previa apenas questões
específicas sobre a área do aluno.
Agora, o estudante terá de responder também
a perguntas ligadas a conhecimentos gerais. Essas questões
serão iguais para todas as 13 áreas avaliadas
em 2004.
"No componente da avaliação da formação
geral será investigada a formação de
um profissional ético, competente e comprometido com
a sociedade em que vive", diz um dos artigos da legislação.
E continua: "Serão consideradas, entre outras,
as habilidades do estudante para analisar, sintetizar, criticar,
deduzir, construir hipóteses, estabelecer relações,
[...] trabalhar em equipe e administrar conflitos".
Evolução
O Enade também terá outras 30 questões
específicas para cada área avaliada. Nesse caso,
alunos do primeiro e do último ano da mesma área
responderão a perguntas iguais. O objetivo, segundo
o Inep, é avaliar o conhecimento agregado pelo curso.
Outra diferença do Enade em relação ao
Provão é que, para o novo exame, haverá
sorteio dos alunos. O Provão era aplicado a todos os
estudantes que estivessem concluindo o curso.
O Inep estima que cerca de 156,5 mil estudantes devem prestar
a prova neste ano. Representam 44% dos quase 356,4 mil que
ingressaram e estão concluindo os cursos das áreas
selecionadas.
Serão considerados estudantes do primeiro ano os que
concluírem, até o período de inscrição,
entre 7% e 22% da carga horária mínima do currículo.
Os do último ano são aqueles que cursaram pelo
menos 80% da carga horária. Para englobar os cursos
de curta duração, foram incluídos os
alunos com possibilidade de conclusão neste ano.
As listas com os nomes de quem está enquadrado nas
regras serão enviadas ao Inep pelas próprias
instituições. Os selecionados serão obrigados
a prestar a prova, que terá duração de
quatro horas.
O Enade custará R$ 12 milhões. Os resultados
serão divulgados em uma escala de cinco níveis
e devem ficar prontos entre janeiro e fevereiro de 2005.
A nota do Enade e a avaliação das condições
do curso serão usadas pelo Ministério da Educação
para conceder ou não o reconhecimento de cursos.
LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo
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