Brasília - As universidades
terão de expandir ainda mais o número de vagas
para absorver o contingente de estudantes que sairão
do Ensino Médio em busca do diploma universitário
nos próximos anos. De acordo com o diretor de Estatística
e Avaliação da Educação Superior
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep/MEC), Dilvo Ristoff, mesmo com
o ritmo acelerado apresentado no último Censo do Ensino
Superior, que detectou a criação de seis novos
cursos a cada dia, será preciso oferecer mais vagas.
"Temos hoje 8,5 milhões de alunos na educação
média. Esses alunos vão querer chegar à
educação superior nos próximos anos e,
se apenas a metade deles quiser entrar, vamos ter que achar
espaço para esse pessoal", alerta o diretor, segundo
a Agência Brasil.
Metas
Uma das metas do Plano Nacional de Educação
é que pelo menos 30% da população na
faixa etária entre 18 e 24 anos esteja cursando a faculdade
até 2010. Meta ousada que, para ser cumprida, precisará
de investimentos maciços na educação
superior, principalmente no setor público.
"Precisamos colocar mais 4,9 milhões até
2010 na educação superior se quisermos atingir
a meta do Plano Nacional de Educação",
disse. Para o diretor, a saída deverá ser mesmo
a universidade pública, uma vez que o setor privado
já responde hoje por quase 90% das matrículas
feitas no ensino superior.
Enxugar currículos
Segundo ele, outras alternativas seriam o enxugamento de currículos,
abertura de cursos noturnos e a adoção do ensino
à distância, que recebe fortes críticas
por parte de professores e reitores.
"Também o ensino à distância não
deve ser descartado. Não adianta ficarmos de ‘nariz
empinado’ e acharmos que o ensino à distância
não tem importância. A Open University (Inglaterra)
tem 200 mil alunos”.
Crescimento positivo
Mesmo com os problemas, o "inchamento" na educação
superior é visto como positivo para Dilvo, pelo menos
do ponto de vista social. Ele acredita que se todos os investimentos
forem feitos e o país conseguir absorver os alunos,
será um salto qualitativo na vida educacional do povo
brasileiro.
"São energias criativas que a gente libera para
resolver os problemas da Nação. Há também
a inclusão dessas pessoas. Se não quisermos
um exército de excluídos na educação
superior nos próximos anos, temos de absorvê-los
de alguma forma, o que nos elevaria ao nível internacional",
completa o diretor do Inep.
As informações são
da Agência Estado.
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