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14/01/2004
Sem verbas, estado atrasa obras de 20 mil habitações populares

SÃO PAULO - Aproximadamente 20 mil unidades habitacionais populares (casas e apartamentos) da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em todo o estado ainda não tiveram as obras iniciadas por falta de recursos. Apesar de feita a concorrência pública para a construção e de o projeto já ter sido aprovado, o empreendimento, elaborado pelo governo do estado e orçado em cerca de R$ 600 milhões, está com os trabalhos suspensos desde o segundo semestre de 2002. Isso porque a CDHU não liberou as ordens de serviço.

O secretário estadual da Habitação, Barjas Negri, que também preside a CDHU, confirma a demanda reprimida. O problema, disse ele, deve-se ao fluxo financeiro do Tesouro estadual. Os recursos da CDHU dependem de repasses da Secretaria da Fazenda, que não libera toda a verba prevista. Boa parte dos recursos da CDHU provém do ICMS. Anualmente, a Assembléia Legislativa aprova uma lei elevando de 17% para 18% a alíquota do imposto de uma cesta de produtos. O ponto porcentual a mais é destinado aos programas da companhia, apesar de o Supremo Tribunal Federal já ter proibido a vinculação da receita extra com habitação.

Mas, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), a Fazenda está retendo os recursos da CDHU. Em 2003, dos R$ 575 milhões de ICMS previstos no Orçamento para a empresa, diz o sindicato, entraram nos cofres apenas R$ 325 milhões. O secretário da Habitação admite ter ficado sem R$ 250 milhões do ICMS no ano passado.

"Com esse dinheiro, poderia fazer mais habitações", afirmou Negri.

A Fazenda também confirmou ter deixado de liberar R$ 200 milhões de ICMS para a CDHU em 2001 e 2002. O governo estadual reconheceu a dívida com a companhia, mas, ainda assim, cancelou o débito.

"Somados os três anos, são R$ 450 milhões, suficientes para construir 15 mil unidades. Nosso setor se preparou para erguer os empreendimentos, mas, com a falta de verbas na CDHU, ficamos com a mercadoria na prateleira", declarou João Claudio Robusti, vice-presidente do Sinduscon. A entidade reúne-se hoje com Negri. O secretário nega, entretanto, que a retenção de verbas prejudique os projetos da CDHU.

"Todo mês, liberamos cartas de crédito. Essas 20 mil unidades serão executadas até o final do governo", disse.

Ele atribuiu a falta de repasses à queda de arrecadação enfrentada pelo Tesouro em 2003. O Sinduscon discorda. A assessoria do secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, informou que ele está em viagem ao exterior e que seria o único autorizado a falar.



EVERALDO GOUVEIA
do Diário de S. Paulo

   
 
   
 

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