BRASÍLIA.
Sem informar as fontes de recursos disponíveis, o Ministério
da Educação (MEC) apresentou ontem uma proposta
preliminar de criação do Fundo Nacional de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica
(Fundeb), que passaria a financiar a rede pública de
creches, pré-escola e ensino fundamental e médio.
A idéia foi apresentada a representantes de estados,
municípios e entidades da área de ensino. O
MEC não estipulou a complementação federal
para o programa.
O projeto prevê o crescimento gradual do já
existente Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
(Fundef). No próximo ano, o novo fundo teria R$ 32
bilhões, R$ 4 bilhões a mais do que os recursos
disponíveis para o Fundef este ano.
Diante da escassez de recursos federais para criar o Fundeb,
o ministro da Educação, Tarso Genro, disse apostar
no crescimento da economia brasileira e no combate à
sonegação do salário-educação,
que renderia de R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões
a mais por ano à área de ensino, segundo o ministro.
O MEC defende a criação de um fundo único
para atender à educação infantil e ao
ensino fundamental e médio, redistribuindo recursos
de acordo com o número de matrículas e com mecanismos
para privilegiar municípios pobres.
Participação maior
O fundo único, no entanto, divide opiniões
no Conselho Nacional de Secretários da Educação
(Consed), entidade dos governos estaduais.
Tarso admitiu que a participação do governo
federal no Fundef é mínima, inferior a 2% do
total, e precisará ser elevada no Fundeb.
"Acho que a União tem que colocar mais recursos
no Fundeb, mas esse esforço deve ser acompanhado por
estados e municípios. No Fundef, a União põe
muito pouco", disse Tarso, preocupado em deixar claro
que não prega qualquer tipo de irresponsabilidade fiscal
e que a proposta do MEC será devidamente acertada com
a área econômica.
As informações são
do jornal O Globo.
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