BRASÍLIA.
Além de prometer abrir cem farmácias populares
até o fim do ano, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva anunciou ontem três ações para
reduzir o preço dos remédios. Lula disse que
o governo pretende fechar um acordo com os 27 governadores
para reduzir, a partir de 2005, o ICMS de 2.800 remédios,
que teriam um preço entre 12% e 15% menor. Outra medida
é a compra de uma fábrica, por intermédio
da Fiocruz, para aumentar a produção de remédios
oferecidos nas farmácias populares. Lula pretende ainda
assinar convênios com drogarias para que elas ofereçam
remédios subsidiados, principalmente os destinados
ao tratamento de hipertensão.
Ao falar no programa de rádio “Café com
o presidente”, Lula disse que, até o fim de junho,
30 farmácias populares estarão em funcionamento.
Hoje, são 17. Apesar de Lula ter anunciado a compra
da fábrica, a Fiocruz informou que a negociação
não foi fechada. A fábrica seria no Rio de Janeiro
e pertenceria a um laboratório privado.
Fiocruz
A Fiocruz é responsável pela produção
e gerenciamento do estoque de remédios das farmácias
populares.
"Logo o povo não vai ter problema para comprar
remédio. Estamos comprando uma fábrica para
fazer parte desse remédio. Já cansei de ver
pessoas entrarem em farmácias, perguntarem quanto custa
e saírem sem comprar porque não tem dinheiro",
disse Lula, no programa de rádio.
Ao falar do programa Farmácia Popular, que levou meses
para ser implantado, Lula admitiu que as coisas demoram porque
envolvem negociações. No caso da redução
do ICMS dos remédios, Lula admitiu que isso dependerá
do apoio dos governadores.
"É um acordo importante e contamos com a contribuição
dos governadores. Se conseguirmos reduzir o ICMS, vamos conseguir
reduzir o preço dos remédios entre 12% e 15%.
E isso, obviamente, vai ajudar as pessoas que precisam. Essas
coisas não são fáceis, não acontecem
do dia para a noite, porque tudo depende de articulação
política", disse.
No caso do convênio com as farmácias particulares,
Lula disse que isso será feito “com o tempo”.
Na primeira semana de funcionamento das farmácias
populares, os remédios mais procurados foram os destinados
ao tratamento de hipertensão. Segundo o ministério,
eles estão entre os seis mais vendidos da lista de
84 disponíveis. Num erro de informação,
Lula citou 92 tipos de remédios, quando são
84.
Na primeira semana, os usuários adquiriram 20.736
medicamentos, entre cartelas, frascos e ampolas. O mais vendido
(2.732 cartelas com dez compridos) foi o ácido acetilsalicílico
de cem mg, usado como coadjuvante no tratamento da hipertensão.
Nas farmácias populares, os remédios são
vendidos por preços até 85% mais baixos.
As informações são
do jornal O Globo.
|