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Outro lado
18/11/2003
Coordenador de programa anti-aids analisa pesquisa da BBC

O coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, Alexandre Grangeiro, intepreta de outra forma o resultado da pesquisa da BBC. Para ele, o fato de 61% dos brasileiros entrevistados não considerarem a aids como uma infecção fatal pode ser atribuído à política de distribuição de medicamentos no País, que reduziu pela metade o número de mortes.

"Houve uma melhora significativa na qualidade de vida, sem falar nas campanhas que enfatizam o fato de a aids ser uma doença tratável", pondera. Mesmo assim, Grangeiro afirmou que o ministério vai pedir informações à empresa que realizou a pesquisa no Brasil sobre o enunciado exato da pergunta. Ele não descarta a possibilidade de haver uma incorreção na tradução.

Grangeiro cita outro dado, na mesma pesquisa, que demonstra a importância dada à doença pelos brasileiros. Entre os pesquisados, 88% disseram que aids é um assunto que figura entre as três principais preocupações. Índice superior ao alcançado pela segurança financeira: 77%. Quando questionados sobre qual o assunto envolve maior preocupação, 18% citam a aids; 47% citam a violência e 21%, demais problemas de saúde.

Embora a pesquisa tenha avaliado moradores de grandes cidades, Grangeiro considera que o trabalho pode ser um instrumento útil para se avaliar - e comparar - o conhecimento de brasileiros sobre a doença. Para ele, em termos gerais, o trabalho mostra que o brasileiro tem uma boa noção sobre a epidemia. Ele cita como exemplo o fato de que 99% dos entrevistados afirmarem que o HIV é transmitido por meio da relação sexual desprotegida e pelo compartilhamento de agulhas contaminadas.

O trabalho mostra ainda uma grande insatisfação dos pesquisados pelos programas governamentais de aids. Dos entrevistados, 66% disseram considerar que o governo não faz o suficiente para combater a epidemia. Grangeiro atribui esse elevado índice à cidadania e ao censo crítico da população. "Vemos que na Tanzânia e Nigéria, os índices de reprovação são bem mais acanhados: 35% e 36%, respectivamente. Já nos EUA, a reprovação alcança os 53%."



Lígia Formenti,
da Agência Estado.

   
 
 
 

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