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educação
18/11/2003
Só 50% das escolas da Amazônia têm energia

Metade das escolas públicas da Amazônia Legal não tem energia elétrica. A informação é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que avaliou a situação por município a partir das informações colhidas no Censo Escolar de 2002. No Acre, 62% das escolas não têm luz elétrica. No Pará são 57,1%. O Estado em melhor condição é o Amapá onde apenas 25,8% das escolas do ensino básico estão no escuro.

O cruzamento foi feito a pedido das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e é um dos indicadores sobre o contingente de brasileiros que vivem sem energia elétrica no País. Na semana passada, o governo lançou o programa Luz Para Todos, que pretende levar energia elétrica a 12 milhões de pessoas até 2008.

Perfil
A pesquisa do Inep traçou também um perfil das escolas do ensino básico que estão no escuro na Amazônia Legal. Apesar de representarem metade das escolas existentes na região, elas só possuem 11% dos alunos matriculados na região. Quase todas as unidades (99,6%) são rurais e pequenas e atendem, em média, a 40 alunos. Os Estados do Pará e Maranhão têm 72% dos alunos matriculados em escolas sem energia elétrica da Amazônia Legal.

Segundo o Inep, a falta de energia elétrica impede ainda que esses alunos tenham acesso a computador, televisão e vídeo, equipamentos cada vez mais usados no processo de aprendizagem. Nem os professores podem se aperfeiçoar ou se qualificar assistindo aos programas da TV Escola, produzidos pelo Ministério
da Educação (MEC).

Tampouco se pode criar um turno à noite para atender alunos mais velhos. “É uma situação prejudicial para uma região com grande contingente de analfabetos e de pessoas de baixa escolaridade”, adverte o estudo do Inep, intitulado Subsídios para Eletrificação das Escolas de Educação Básica da Amazônia Legal.

A Amazônia Legal abrange 5,2 milhões de quilômetros quadrados, somando as áreas dos sete Estados do Norte, o Mato Grosso e o Maranhão, e tem 21 milhões de habitantes. A maioria dos moradores é de jovens: 51% têm menos de 20 anos.

O relatório do Inep, já entregue à Eletronorte, ressalta que esse perfil dos moradores mostra ser necessário “o fortalecimento de políticas para o setor educacional e a formação profissional”.

Os Ministérios da Educação e das Minas Energia devem, até o fim do ano, firmar acordo para garantir luz elétrica para as escolas da Amazônia Legal. Com isso, parte dos R$ 7 bilhões do programa Luz para Todos deverá ser aplicada prioritariamente nas escolas mais distantes da região. O MECse encarregará de garantir aos estabelecimentos acesso à TV Escola e internet para o uso dos alunos e professores.



Sandra Sato,
do O Estado de S.Paulo.

   
 
 
 

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