Pesquisa
realizada pelo economista Márcio Pochmann, da Secretaria
do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura
de São Paulo, indica que 72,6% de 252 entrevistados
recém-admitidos no mercado de trabalho paulistano temem
a volta à condição de desempregados como
o principal fator de insegurança após a obtenção
do emprego.
A pesquisa ouviu 252 pessoas no município entre 13
e 30 de setembro e identificou que cerca de 40% das pessoas
ouvidas são chefes de família e 63% do sexo
feminino.
O próprio estudo ressalva que ainda não reflete
de maneira representativa a complexidade das situações
do mercado de trabalho paulistano, mas traz algumas informações
coincidentes com as coletadas pelo Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Na pesquisa da Secretaria, 41,3% dos entrevistados informaram
ter ficado desempregados em um período até seis
meses enquanto outros 23% disseram ter ficado sem emprego
entre sete e 12 meses.
A amostra indicou ainda que 49,2% dos trabalhadores são
assalariados com registro em carteira e que 56% obtiveram
o tipo de trabalho que gostariam ou esperavam.
No item “O impacto do emprego no modo de vida”,
de respostas múltiplas, 49,2% dos entrevistados manifestaram
aumentar os gastos com alimentação, por conta
do novo emprego. Também 40,5% informaram ter elevado
os gastos com contas de água, luz, gás ou tele
fone.
O emprego também elevou a auto-estima de 83,7% dos
entrevistados, enquanto 55,2% avaliaram melhora nos seus relacionamentos
com familiares e amigos. Para a maioria desses recém-contratados,
a preocupação profissional despertou o desejo
de consumo de curto prazo de comprar casa ou apartamento (45%);
cursar uma faculdade (30%); e pagar dívidas acumuladas
(23,8%). “Tal fato revela a existência de uma
potencial sociedade de consumo de massa e que vê nos
estudos o principal mecanismo de ascensão social”,
analisa Pochmann.
Outro dado levantado foi que mais da metade das pessoas que
encontraram emprego no município de São Paulo
ao longo deste ano contaram com a ajuda de algum conhecido.
A indicação de um amigo ou parente foi o meio
utilizado por 66,3% dos recém-empregados na cidade.
Dentro desse grupo, 52,8% contaram com a indicação
de amigos e 13,5% de parentes para encontrar emprego. “Esses
dados mostram que a inserção no mercado de trabalho
se dá pelas relações pessoais”,
disse Pochmann. A pesquisa mostrou que as agências de
emprego só funcionaram para 7,1% dos recém-empregados,
em São Paulo.
As informações são
do Panorama do Brasil.
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