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Estudo
22/11/2004
Brasil tem 24,3 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza

O número de pobres no Brasil é 70% maior do que indica o Banco Mundial, aponta um estudo do Centro Internacional de Pobreza, um órgão ligado ao PNUD e com sede no Brasil. Usando dados de 2001 e a partir de nova metodologia, uma pesquisa do diretor do Centro, Nanak Kakwani, estima que há 24,3 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza — e não 14 milhões, como diz o Banco Mundial. No mundo, a estimativa do pesquisador é de que haja cerca de 1,9 bilhão de pobres, em vez do 1,1 bilhão calculado pelo BIRD.

A nova metodologia indica, em média, um número maior de pobres em todos os países. Na Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai, por exemplo, a diferença supera 100%: há 2,18 milhões de pobres nesses países, segundo o Banco Mundial, e 4,6 milhões, de acordo com os cálculos do Centro Internacional de Pobreza. Na China, o país mais populoso, a divergência também é considerável. Segundo cálculos do BIRD, o número de pobres é de 131 milhões, porém, de acordo com Kakwani, esse número é de 238 milhões.

Em um artigo na revista InFocus, editada pelo Centro Internacional de Pobreza, Kakwani aponta equívocos na metodologia do Banco Mundial. Para chegar a uma base de comparação que pudesse eliminar as discrepâncias causadas pela cotação das diferentes moedas no mundo, o BIRD utiliza o dólar PPP (sigla em inglês para Purchasing Power Parity, ou Paridade do Poder de Compra), que equipara o poder de compra de alguns produtos e serviços básicos entre as nações. O Banco Mundial considera pobre quem vive com menos de 1 dólar PPP por dia.

Kakwani diz, no entanto, que o banco usou em 1990 os dados do dólar PPP de 1985 e, posteriormente, quando atualizou os dados em 1993, não levou em consideração a inflação acumulada do dólar norte-americano entre 1985 e 1993. “O procedimento correto teria sido estimar o grau de desvalorização entre os países pobres vis-à-vis os EUA, e então determinar a equivalente linha de pobreza em dólares PPP de 1993”. Ao não fazer isso, argumentam os críticos, o Banco Mundial reduziu a linha de pobreza em termos reais (descontada a inflação).

Em sua metodologia, o diretor do Centro Internacional de Pobreza fez esse ajuste e usou um critério diferente para a escolha dos países que entram na “cesta de moedas” que vai gerar o dólar PPP. O Banco Mundial usa 33 países, incluindo alguns ricos, como EUA e Canadá. Kakwani leva em conta 19 países — 15 da África Subsaariana e quatro da Ásia, todos de renda baixa.

O pesquisador lançou também uma outra metodologia, que se baseia nas normas calóricas estipuladas pela FAO (sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação). “Fizemos uma linha de pobreza baseada nas necessidades calóricas das populações mais pobres”, escreveu. Por essa metodologia, também calculada com dados de 2001, o mundo tem 1,4 bilhão de pessoas pobres.

As informações são do site PNUD Brasil.

   
 
 
 

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