NOVA
YORK - No último dia de sua visita a Nova York, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva convocou empresários
estrangeiros a doarem 0,01% do valor de cada aplicação
financeira para combater a fome e a miséria mundial.
Segundo o presidente, esse valor iria gerar renda de US$ 17
bilhões por ano.
" Quem sente fome não pode esperar. Nós
temos que andar rápido, fazer parcerias. A subnutrição
desorganiza sociedades e impede o crescimento econômico",
afirmou Lula, em discurso durante a Cúpula Global Compact,
na sede da Organização das Nações
Unidas (ONU).
Os temas fome e miséria, marcas dos primeiros discursos
de Lula no governo, foram retomados no momento em que as pesquisas
apontam queda na popularidade do presidente. Segundo Lula,
a fome é a pior das armas de destruição
em massa, pois ''não mata soldados, mata crianças,
adolescentes, homens e mulheres''.
O presidente reiterou que, para combatê-la, é
preciso que todos os empresários sejam solidários.
Para o mundo alcançar as metas deste milênio,
disse Lula, são necessárias soluções
concretas e ação da iniciativa privada.
Lula disse ainda que a economia brasileira pode crescer este
ano acima dos 3,5% previstos pelo governo. Para que isso ocorra,
disse, o país se apressa em realizar uma série
de reformas microeconômicas, como a criação
do marco regulatório dos setores elétrico e
de saneamento básico, e o projeto das parcerias público-privadas
(PPPs).
O presidente considerou positiva a viagem que fez aos Estados
Unidos. Ele ressaltou que, dentro da estratégia da
política externa brasileira, a viagem pôde mostrar
a empresários americanos, mexicanos e canadenses um
país que está pronto para receber investimentos.
"O resultado não pode ser medido em 24 horas,
mas a receptividade foi excepcional. Estamos convencidos de
que a política brasileira entrou em um ritmo de crescimento
sustentável. Estamos saindo daqui com a certeza de
que os investidores estrangeiros terão um porto seguro
para seus investimentos", afirmou.
O presidente também rebateu as comparações
entre a política econômica de seu governo e a
do governo Fernando Henrique Cardoso. Visivelmente irritado
por ter sido indagado sobre a razão de não reconhecia
que sua política econômica - saudada pelos investidores
internacionais -- vinha do governo anterior, Lula disse que
sua política econômica ''não tem nada
a ver com a do governo Fernando Henrique Cardoso''.
Segundo Lula, haveria similaridade ''se a inflação
tivesse chegado a 40% ao ano e se as exportações
não estivessem crescendo ''.
As informações são
do Jornal do Brasil.
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