Em relatório
anual divulgado ontem em Londres, o grupo Transparência
Internacional fez críticas ao governo de Luiz Inácio
Lula da Silva e cobrou mais atenção no combate
aos casos de corrupção. O texto lembra que o
Planalto ainda não cumpriu a promessa de criar uma
agência anticorrupção. O acordo foi assinado
pelo PT em setembro de 2002, antes do primeiro turno da eleição
que levou Lula ao poder.
"Apesar de a luta contra a corrupção ser
um tema recorrente nas campanhas do Partido dos Trabalhadores,
o governo implementou poucas iniciativas concretas para enfrentar
o problema - diz o relatório, que se refere aos seis
primeiros meses da gestão de Lula".
As críticas do Transparência Internacional vieram
acompanhadas de elogios à Controladoria Geral da União
(CGU) e ao Ministério da Justiça.
Um dos aspectos positivos ressaltados no texto é a
atuação do chefe da CGU, Waldir Pires, que pôs
em prática um programa para investigar casos de corrupção
em municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes.
Pelas iniciativas no trabalho de combate à lavagem
de dinheiro, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles,
mereceram elogios.
Apesar disso, a lavagem de dinheiro e a evasão de
divisas são apontadas como ''uma rotina no Brasil há
vários anos''. O relatório afirma que o dinheiro
sujo é facilmente enviado a paraísos fiscais.
Entre os exemplos citados, está o escândalo
do fiscal de renda Rodrigo Silveirinha, envolvido em corrupção
na secretaria de Fazenda do governo de Anthony Garotinho.
O texto recorda que o caso veio à tona em 2003, poucos
dias após a eleição da mulher de Garotinho,
Rosinha Matheus, para o governo do Estado.
Outro caso descrito na avaliação do Transparência
Brasil é o esquema de lavagem de dinheiro no banco
Banestado, entre 1996 e 1999, envolvendo políticos
e empresários.
As informações são
do Jornal do Brasil.
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