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conta gotas
26/04/2004
Verba para a segurança fica em 3,7%

Relatório do Fundo Nacional de Segurança Pública mostra que, em 2003, dos R$ 286 milhões que o governo federal comprometeu-se a repassar aos Estados (recursos empenhados), apenas 3,7% serão usados para financiar ações preventivas na área de segurança.

Prevenção é uma das seis diretrizes básicas do Sistema Único de Segurança Pública criado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Da verba, R$ 10 milhões são destinados diretamente para a conta de cinco municípios: São Paulo, Diadema e Piracicaba (SP), Resende e Paracambi (RJ). A maioria dos projetos destina o dinheiro para as guardas municipais.

Policiamento comunitário, que também é considerada uma ação de prevenção, levou apenas 3,3% do dinheiro do fundo.

Na sexta-feira passada, pressionado por governadores que se reúnem hoje em Brasília, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, liberou R$ 43 milhões de um total de R$ 180 milhões destinados à segurança pública. O total da dívida do governo com os Estados será quitado até o dia 31 de maio, com um repasse de R$ 30 milhões para São Paulo.

Na sua introdução, o relatório do Ministério da Justiça afirma que no governo passado o fundo funcionava como uma espécie de "tesouraria", distribuindo recursos de modo "fragmentado e disperso para projetos isolados".

O texto diz ainda que a maior parte do dinheiro era destinada à compra de "carros e armamentos sem uma política que desse sentido e tornasse eficiente a utilização desses equipamentos".

Dos 101 projetos que tiveram a liberação dos recursos em 2003, pelo menos 32 pediram dinheiro para aquisição de armas, carros, equipamentos de proteção ou munição. Esses projetos consumiram 46% da verba do fundo.

Fazem parte dessa lista os R$ 8 milhões previstos para ações no Espírito Santo, onde, apesar da ação do crime organizado, o fundo não patrocina ações de inteligência ou prevenção.

Foram considerados projetos de prevenção apenas os que têm ações focadas no que acontece antes da prática do crime. Bom exemplo é a "Campanha Preventiva e Educativa de Combate à Violência", no Acre; o projeto "Cidadão Mirim", que trabalha com adolescentes envolvidos em situações de violência, em Alagoas, e o "Fica Vivo", que também trabalha com prevenção do ingresso de adolescentes no crime.

GABRIELA ATHIAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

   
 
 
 

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