O valor
do novo salário-mínimo, que entrará em
vigor a partir de 1º de maio, preocupa os segurados do
INSS que se aposentaram com benefícios acima do piso
de um mínimo (hoje, R$ 240). O motivo da preocupação
é que esses benefícios têm o reajuste
anual desvinculado do aumento do salário-mínimo
desde 1991. E, dessa época em diante, sofrem achatamento
de valores periodicamente.
Só no Estado de São Paulo, o achatamento afeta
mais de 2,9 milhões de aposentados que ganham acima
do piso. No país, eles são 7,7 milhões.
A desvinculação também faz com que, a
cada ano, cerca de 700 mil a um milhão de aposentados,
que ganhavam acima do mínimo, ingressem no grupo dos
que ganham apenas o piso, segundo o Sindicato Nacional dos
Aposentados da Força Sindical.
A perda ocorre porque, a partir de 1991, o salário-mínimo
e as aposentadorias equivalentes passaram a ser reajustadas
por índice diferente, e geralmente maior, do que os
benefícios superiores ao mínimo. Até
então, o mesmo índice de reajuste era aplicado
no mínimo e nos benefícios maiores.
Com a mudança, enquanto no mínimo o governo
costuma conceder aumento real, para quem recebe benefício
previdenciário acima do piso o indicador adotado tem
sido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), sem aumento real. Essa fórmula acaba causando
a defasagem no valor dos benefícios superiores a R$
240.
ELZA YURI HATTORI
do Diário de S.Paulo
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