O Ministério Público Federal em Minas Gerais
quer obrigar a rede de lanchonetes McDonald's a informar,
nas embalagens de seus alimentos, os valores nutricionais
e potenciais riscos à saúde causados pelo seu
consumo.
Em ação civil pública ajuizada ontem
na Justiça Federal, o procurador Fernando de Almeida
Martins pede ainda que os rótulos e as embalagens tragam
a seguinte mensagem: "O consumo em excesso deste alimento
pode ocasionar o desenvolvimento de obesidade e doenças
correlatas".
Para a Promotoria, o McDonald's não cumpre normas da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
sobre rotulagem nutricional e o artigo 31 do Código
de Defesa do Consumidor, sobre informações dos
produtos e riscos à saúde e à segurança
do consumidor.
Na ação, o procurador afirma que "quase
todos" os alimentos vendidos pela rede "estão
bem acima da ingestão diária recomendada".
Cita, entre outros, o exemplo do sanduíche Cheddar
McMelt, que teria, respectivamente, 56% e 116,7% das proteínas
diárias recomendadas a um adulto e a uma criança.
"Assim, ingerindo apenas um sanduíche, o consumidor
ingere quase a totalidade de nutrientes que necessita ou algumas
vezes até o ultrapassa", diz na ação.
Outro lado
Em nota, o McDonald's classifica como "estranho"
o questionamento da Procuradoria da República. Isso
porque, segundo a empresa, ela "presta informações
nutricionais de maneira ostensiva", em três meios:
o guia nutricional distribuído nas lanchonetes; os
sites www.mcdonalds. com.br e www.comendoeaprendendo. com.br;
e no verso dos papéis que cobrem a bandeja.
THIAGO GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo
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