HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

estudo
29/04/2004
Desemprego do Brasil tem cor

Boa parte da legião de trabalhadores desocupados no país é formada por negros de baixa escolaridade e renda e mulheres. É o que mostra a pesquisa Situação dos negros no mercado de trabalho, divulgada ontem pela Secretaria Municipal de Trabalho de São Paulo, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2001. O estudo não levou em conta outras variações de cor de pele existentes no país.

"Esta pesquisa revela o perfil da desigualdade e da exclusão no país que rebate na educação e pobreza", diz o secretário municipal do Trabalho de São Paulo, Marcio Pochmann, lembrando que 60% dos pobres no Brasil são negros.

A taxa de desemprego entre os negros chega a 10,7%, contra 8,3% entre os brancos, segundo dados do desemprego aberto em 2001. E as diferenças não param na falta de vagas. Enquanto 40,5% das pessoas de cor branca ocupadas, num total de 41.278.258, são assalariadas com carteira assinada, apenas 29,9% do total de negros ocupados (33.972.305) estão nessa situação. Dos assalariados sem carteira, os negros representam 21,4% e os brancos, 15,9%.

A situação piora à medida que o trabalho exige menos qualificação. Do total dos não-brancos ocupados, 9,6% desempenham serviços domésticos, contra 6,3% entre brancos. De cada 10 trabalhadores domésticos, seis são negros.

"Para mudar o panorama do desemprego no país é preciso atacar a falta de educação, mais presente entre as pessoas de baixa renda", disse Pochmann, ressaltando que os negros representam 46% da população e, desse contingente, 61% são pobres, 36% pertencem à classe média enquanto apenas 17% são ricos.

Já as mulheres negras são duplamente discriminadas. A taxa de desemprego entre elas é de 13,9%, contra 8,4% das brancas.

"Elas são discriminadas pela raça e pelo sexo, mesmo entre os homens negros e as mulheres brancas", ressaltou Marcelo Neri, pesquisador do Centro de Políticas Sociais da FGV.

Em São Paulo, o estudo mostra que a exclusão é ainda mais grave. Em 2003, o desemprego entre os não-brancos foi de 21,3%, contra 16,9% dos brancos. A população negra equivale a 30% dos paulistanos e a 40% dos desempregados.


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
29/04/2004 Planalto aposta em software contra crime
29/04/2004
Crescem denúncias de corrupção policial
29/04/2004
Estado ameaça demitir para suspender greve nas Fatecs
29/04/2004
Governo estuda projeto contra violência escolar
29/04/2004
Secretaria diz que houve esforço em reduzir mortes no Estado de SP
29/04/2004
Brasil registra 11% dos homicídios cometidos no mundo, alerta a ONU
29/04/2004
MEC cancela compra de livros paradidáticos
29/04/2004
Acidentes de trabalho no Brasil é o dobro dos números oficiais
28/04/2004
Empresários criticam programa de combate ao desemprego
28/04/2004
É preciso mudar política macroeconômica do Brasil, diz professor