As novas regras fixadas pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que as pessoas
de baixa renda usufruam de descontos nas contas de luz deverão
excluir do programa de subsídio cerca de 180 mil famílias
na área de concessão da AES Eletropaulo, que
atende a Capital e mais 23 municípios da região
metropolitana de São Paulo. A previsão é
do vice-presidente comercial da distribuidora de energia,
Ricardo Lima.
Estas famílias, segundo Lima, não terão
como comprovar renda familiar per capita (que é a renda
total da família dividida pelo número de integrantes
do grupo) de até R$ 100 por mês. Essa renda é
exigida aos inscritos no programa Bolsa Família, do
Governo federal. A inscrição neste programa
de transferência de renda passou a ser desde ontem condição
imprescindível para que o morador de residência
com média de consumo mensal entre 80 e 220 kWh por
mês possa ser beneficiado com a tarifa de luz de baixa
renda.
Atualmente, no país 17 milhões de unidades
residenciais são beneficiadas pelo subsídio.
Na área da Eletropaulo, 785 mil consumidores residenciais
estão cadastrados na faixa de baixa renda, ou seja,
consomem até 220 kWh por mês de energia elétrica
e têm a tarifa subsidiada pelo Governo, o que garante
até 50% de desconto na conta. Do total de famílias
de baixa renda atendidas pela Eletropaulo, 550 mil têm
consumo mensal de até 80 kWh, o que garante a tarifa
social automaticamente e sem necessidade de cadastramento
no Bolsa Família. Os 235 mil consumidores restantes
deverão comprovar que estão inscritos no programa
para continuar a ter direito à tarifa social.
Segundo a Eletropaulo, 20 mil famílias já comprovaram
suas inscrições. As demais 215 mil ainda não.
A inscrição é de responsabilidade das
prefeituras municipais. Na Capital, a Secretaria de Desenvolvimento,
Trabalho e Solidariedade tem convênio com o Governo
federal e transmite eletronicamente as inscrições
feitas no programa municipal de renda mínima para o
Bolsa Família.
Segundo a secretária em exercício, Rosana de
Freitas, com as novas regras, a Prefeitura vai procurar a
Eletropaulo, em janeiro, para negociar o cruzamento de seus
bancos de dados e providenciar o cadastramento de famílias
que têm direito ao subsídio mas que não
estão incluídas no programa. “Temos 79
mil famílias recebendo o Bolsa Família. A cota
é fixada pelo Governo e este mês remetemos mais
30 mil inscrições”. Segundo Rosana, a
Prefeitura aguarda a confirmação dessas inscrições
com o envio do número de identificação
social, o NIS, que é exigido pela Eletropaulo para
garantir a tarifa de luz social.
ELZA YURI HATTORI
do Diário de S. Paulo
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