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arrocho no bolso
29/12/2003
Preços subirão em janeiro

Após as estripulias de compras no Natal, o consumidor deve controlar os gastos e ficar atento aos preços em janeiro. Os primeiros compromissos a vencer são o IPTU, que chegará 9,86% mais caro no Rio, e o IPVA, cujo calendário começa dia 16. Além disso, o fato de ser um mês de ressaca de vendas não significa que não haverá aumentos. Pelo contrário: os fabricantes de carros, eletrodomésticos e eletroeletrônicos já anunciaram que deverão subir as tabelas entre 6% e 8%, repassando a alta de 12% a 15% das indústrias de aço.

Para os pais com filhos em colégio particular, há ainda o peso das matrículas e mensalidades que chegarão entre 12% e 15% mais altas. Esses índices, recomendados pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio, são superiores à inflação, que deve ficar abaixo de 10% este ano. Os donos de escolas argumentam que enfrentam uma inadimplência estimada em 18% e reclamam da alta da taxa da Cofins, que passa de 3% para 7,6%. Já a Associação dos Pais de Alunos quer reajustes de, no máximo, 12%.

Temendo a carga maior dos gastos em janeiro, a professora Sílvia Dias aproveitou o décimo-terceiro e antecipou a mensalidade da escola da filha, em Niterói. Mas não escapou da alta: o valor subiu 14% e passou de R$ 230 para R$ 264, com o bônus de 15% de pontualidade.

"Os compromissos se acumulam em janeiro. Se não controlarmos, entramos logo na inadimplência e é difícil sair dela", diz Sílvia.

Pressão dos gastos deve elevar inflação
Nos supermercados, as queixas das donas de casa devem se concentrar nas seções de hortigranjeiros. Com as temperaturas mais altas, os preços tradicionalmente sobem devido às perdas nas lavouras, especialmente de verduras. O economista Luiz Roberto Cunha, diretor do Instituto Fecomércio, confirma a tendência. Ele prevê que esses aumentos, junto com a carga tributária, pressionarão a inflação de janeiro.

"Estes fatores sazonais devem elevar o IPCA para 1%. Mas isto não mudará a trajetória da inflação. Convivemos com a estabilidade".

Com relação aos itens da cesta básica, o clima das negociações entre varejistas e indústrias é tranqüilo. As exceções, com altas previstas de até 3%, ocorrem no caso do arroz que, devido à quebra de produção deve se manter em alta até fevereiro. O café também sobe com as cotações elevadas no mercado internacional. A carne bovina deveria baixar. Mas a previsão, baseada no fim da entressafra, não deve se concretizar se houver aumento das exportações pelo mal da vaca louca nos EUA.

A retração de vendas nas seções de higiene e limpeza deve conter as pretensões de reajustes de 3% a 5% das indústrias. O argumento para novas tabelas é a defasagem de custos.

"O consumidor está sem renda. Não há campo para aumentos", analisa José de Souza, presidente da Bolsa de Alimentos do Rio.


LEDICE ARAUJO
do jornal O Globo

   
 
   
 

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