Dados do Censo 2000 provam que
quanto mais anos de estudo, maior a renda recebida pelo trabalho.
Do total das pessoas que receberam mais de 30 salários
mínimos mensais (apenas 0,9% da população
ocupada), 83% tinham pelo menos o ensino médio completo.
Deste grupo, 59,8% completaram o o ensino superior.
Por outro lado, a 75% dos que receberam até um salário
mínimo (14,7% da população ocupada) não
havia concluído o ensino fundamental. Neste grupo que
recebia até um salário mínimo, 39,9%
eram sem instrução ou com menos de quatro anos
de idade, os analfabetos funcionais. Outros 35,1% tinham de
4 a 7 anos de estudo.
O Censo revela ainda que 23,5% das pessoas ocupadas no Brasil
eram consideradas analfabetas funcionais pois nunca foram
à escola ou não conseguiram completar a 4ª
série. Entre os homens que trabalhavam o analfabetismo
funcional atinge 26,7% e entre as mulheres, 18,1%. O Nordeste
registra a maior participação, de pessoas de
baixa instrução (até quatro anos de estudo)
em relação à população
ocupada, de 41%. As regiões Sul e Sudeste são
as que menos concentram trabalhadores com menos de quatro
anos de estudo, com taxa de 16%.
A renda gerada pelo trabalho é altamente concentrada.
Os 10% das pessoas com maiores remunerações
detiveram 50,5% do total da renda.
ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio
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