O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, desconfia
que a crise econômica obrigou parte das empresas a priorizar
o pagamento do 13º salário em detrimento das contribuições
previdenciárias no mês passado."Com o caixa
mais apertado, as empresas priorizaram o 13º deixando
para acertar com a Previdência mais tarde. Isso não
é elogiável", disse o secretário.
O resultado foi uma piora nas contas do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social), que acumularam um déficit de R$
3,115 bilhões em novembro. Além da queda na
arrecadação, a Previdência teve um aumento
de 9,2% no pagamento de benefícios em relação
ao ano passado.
Até novembro, a Previdência teve déficit
de R$ 21,665 bilhões (valor corrigido pela inflação),
28,9% a mais que em igual período do ano passado. "O
que mais prejudicou foi o mercado de trabalho. Principalmente,
a queda na renda dos trabalhadores", disse.
Até o final do ano, o déficit deve chegar a
R$ 27,2 bilhões. Será o pior resultado da história.
No próximo ano, a expectativa é que a contas
fechem com um saldo negativo de R$ 29,5 bilhões, sem
levar em conta um provável aumento real (acima da inflação)
para o salário mínimo.
A queda na arrecadação, que foi de 6% em relação
a outubro, surpreendeu Schwarzer. "O mercado de trabalho
melhorou, e a expectativa era que isso se refletisse na arrecadação
das empresas."
Neste ano, apenas o Tesouro obteve um resultado positivo
nas suas contas. No mês passado, o Tesouro economizou
R$ 5,458 bilhões. Devido ao déficit na Previdência,
de 3,115 bilhões e no Banco Central, de 26,7 milhões,
o superávit do governo central foi de R$ 2,3 bilhões.
De janeiro a novembro, as receitas totais do Tesouro somaram
R$ 320,867 bilhões, 11,4% a mais que no mesmo período
de 2002. As despesas chegaram, por sua vez, a R$ 220,011 bilhões,
9,5% a mais que em igual período de 2002.
As informações são
da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília.
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