O Banco Central (BC) informou que
176,7 milhões de moedas de R$ 1 em aço inoxidável
ainda estão em circulação e perderam
ontem a validade como forma de pagamento. Quem estiver com
estas moedas deverá, a partir de hoje, procurar qualquer
agência bancária para trocar pelos modelos bimetálicos,
os únicos aceitos a partir de agora.
As trocas em qualquer agência bancária valem
até o dia 22 de março de 2004. Após esta
data, as trocas só poderão ser feitas em algumas
agências do Banco do Brasil e nas gerências técnicas
de meio circulante do BC em dez capitais, incluindo São
Paulo, por tempo indeterminado.
O chefe do Departamento de Meio Circulante do BC, José
Barbosa, lembra que não é necessário
ser correntista do banco para trocar as moedas antigas pelas
atuais. “A troca pode ser feita em qualquer banco”,
reforça Barbosa.
Até ontem, o BC recolheu 34 milhões de moedas
que não possuem bordas douradas — o equivalente
a 16,19% do total. As trocas começaram a ser feitas
há dois meses.
Essa é a primeira vez que o Brasil faz este tipo de
troca de moedas, ação que no passado esteve
associada ao processo de alta de inflação. Antes
do Plano Real, no Governo Sarney, o Brasil enfrentou taxas
de até 85% ao mês. Nesse período, o dinheiro
perdia o valor em meses. Agora, a troca ocorre com a inflação
controlada e o real valorizado.
Falsificação
O principal motivo da mudança das moedas de aço
inoxidável pelas bimetálicas é a falsificação.
Desde 1994, no lançamento da moeda e do Plano Real,
foram identificadas 420 mil moedas falsificadas. Destas, 90%
eram as antigas moedas de R$ 1.
Por causa da tecnologia de algumas máquinas automáticas,
a moeda velha de R$ 1 muitas vezes acaba não sendo
aceita. De acordo com o Banco Central, já estão
circulando 130 milhões unidades das novas moedas de
duas cores — e outras 80 milhões estão
guardadas nos cofres do governo. Já o Banco do Brasil
conta com estoque de 27 milhões de moedas para a fazer
a troca. À medida que forem retiradas de circulação,
as moedas serão conferidas e descaracterizadas. A sucata
de aço inoxidável será vendida a siderúrgicas
interessadas, que poderão reaproveitar o material.
LUÍS ALFREDO DOLCI
do Diário de S. Paulo
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