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governo
23/12/2003
Lula admite que 2004 não será o "ano dos sonhos"

Em almoço realizado ontem com líderes de partidos aliados ao governo no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que 2004 não será o ano de seus "sonhos" na economia. Admitiu que o governo cometeu "erros" por inexperiência. E prometeu mudar o ministério a partir de 6 de janeiro.

Em discurso de 20 minutos, Lula disse que creditava os "erros" do governo à falta de convivência" de alguns ministros com o Executivo. "Muita gente tinha experiência de Legislativo, de oposição", de acordo com relatos de líderes. Depois, em conversas reservadas, disse que "escalará o time (reforma ministerial na qual abrirá duas vagas para o PMDB) a partir de 6 de janeiro".

Ao dizer que em 2004 não poderá fazer ainda tudo aquilo que deseja, sempre segundo relato de líderes, o presidente afirmou que o ano que vem será "melhor" do que 2003. "O ano que vem ainda não será o dos meus sonhos. Ainda não dá para fazer tudo o que a gente gostaria, mas será melhor do que este ano", disse Lula.

Lula surpreendeu os presentes ao dizer que esse esforço objetiva fazer o governo obter em 2005 um "superávit nominal" – quando a receita supera a despesa, incluindo o gasto com juros da dívida pública.

Lula disse ainda que não enviará a reforma trabalhista ao Congresso em 2004 por ser "complicado" fazê-la em ano eleitoral. Aconselhou seus aliados a fazer "a reforma política".

Lula pediu ainda que os líderes tentem aprovar no Congresso as reformas sindical, que será descasada da trabalhista por ser menos impopular, e do Judiciário.

Lula agradeceu o Congresso pela aprovação das reformas da Previdência e tributária. "Nunca o Congresso trabalhou tanto como neste ano", disse, sempre segundo a versão dos líderes.

O presidente afirmou que nem ele acreditava na aprovação das duas reformas em 2003. "Deus foi generoso comigo a vida toda, mas esse ano em especial. Aprovamos em um ano as duas reformas", disse. Ambas avaliações foram repetidas em discurso à tarde.

As metáforas que costumam ilustrar os discursos do presidente ficaram reservadas a uma roda de líderes, em conversa informal. Ao justificar as medidas duras deste ano, disse: "Lá em casa nenhum dos meus meninos teve paralisia infantil, porque, mesmo chorando, tomavam vacina".

O almoço aconteceu em clima descontraído. Um dos ministros presentes, Antonio Palocci Filho, arrancou gargalhadas ao perguntar a Lula se sabia a piada que faziam a respeito dele, o titular da Fazenda. "Disseram que eu enviei cartões desejando feliz Natal e próspero Ano Novo aos ministros. Mas um amigo me disse que era impossível. Eu poderia desejar feliz Natal ou próspero Ano Novo, jamais os dois ao mesmo tempo, porque nunca entregaria", gracejou Palocci.

As informações são da Agência Folha.

   
 
 
 

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