Estudo divulgado pelo Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostra que apenas
2,79% dos estudantes da oitava série do ensino fundamental
possuem habilidades consideradas elementares em matemática.
Em língua portuguesa, a porcentagem sobe para 10,29%.
Os números referem-se a 2001 e foram obtidos a partir
do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação de Educação
Básica).
O desempenho dos alunos da rede pública puxou a média
para baixo: em língua portuguesa, 93,51% dos estudantes
não atingiram o conhecimento mínimo exigido.
Já da rede privada, foram 62,3%.
Em matemática, a diferença foi menor: 99,23%
não chegaram à meta na rede pública,
contra 82,65% da privada.
Método
A avaliação consistiu em uma prova
baseada no currículo escolar. Por meio de amostragem,
50 mil alunos, para cada disciplina, fizeram o teste (100
mil no total). Os números servem de orientação
para políticas educacionais do Governo Federal. De
acordo com o Inep, o país tem cerca de três de
milhões de alunos na oitava série.
Os resultados foram divididos em "muito crítico",
"crítico", "intermediário",
"adequado" e "avançado". Considera-se
satisfatório o estudante que alcançar os dois
melhores conceitos.
Em matemática, é preciso saber, por exemplo,
distinguir ângulos, aplicar o Teorema de Pitágoras,
transformar metros cúbicos em litros e solucionar problemas
de fração e porcentagem.
Em língua portuguesa, alguns dos conhecimentos exigidos
são diferenciar fatos de opinião, perceber o
sentido da pontuação e distinguir linguagem
forma de informal, além de compreender poemas modernistas
e editoriais de jornais e revistas.
Prova
No total, o exame tem 169 questões, divididos
em 13 blocos, com 13 questões. Escolhe-se três
blocos para formar um caderno de prova.
Resultados
Em matemática, "muito crítico"
ficou com 6,65%; "crítico" com 51,71%; "intermediário"
com 38,85% - todos esses não atingiram a marca desejada.
"Adequado" teve 2,65%, e "avançado",
0,14%.
Já em língua portuguesa, 4,86% dos alunos atingiram
apenas o conceito "muito crítico"; 20,08%
o "crítico"; 64,76% o "intermediário";
10,23% o "adequado"; 0,06% o "avançado".
Estados
O estudantes do Distrito Federal tiveram o melhor
resultado em matemática: 5,03% chegaram ao mínimo
exigido; os paulistas ficaram em segundo, com 4,17%. Os piores
foram os acreanos (0,21%). A média nacional foi 2,79%.
Em língua portuguesa, o Rio de Janeiro foi o melhor
(15,42%) e o Acre, o pior (3,05%); São Paulo, na terceira
posição, ficou com 13,62%. A média entre
todos os Estados foi 10,29%.
Regiões
Em língua portuguesa, o Norte obteve o pior
índice: 94,73% dos alunos não conseguiram o
nível mínimo exigido; o Nordeste teve 94,18%;
o Centro-Oeste, 91,12%; o Sul, 87,46%. O melhor foi o Sudeste,
com 86,79%.
Em matemática, o pior desempenho também foi
no Norte (99,37%), seguido do Nordeste (98,63%), Centro-Oeste
(97,91%), Sul (97,42%) e Sudeste (95,91%).
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha Online
|