O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, ao discursar
para empresários, que o "Estado sozinho não
será capaz de resgatar a dívida social acumulada
deste país".
Horas depois de propor um novo contrato social em reunião
com empresários que participam do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, disse: "Ou encontramos um jeito
de envolver o conjunto da sociedade brasileira como cúmplice
de um boa política para encontrarmos uma saída
ou o Estado sozinho não dá conta".
O chamado aconteceu ontem na cerimônia de premiação
das "empresas mais admiradas no Brasil em 2004",
em comemoração do aniversário da revista
"Carta Capital", em São Paulo.
Após entregar o prêmio aos três primeiros
colocados -Natura, Nestlé e Petrobras-, Lula voltou
a criticar a imprensa brasileira. A crítica encerrou
um discurso em que elogiou o diretor de Redação
da "Carta Capital", Mino Carta. Lula acusou as empresas
de jornalismo de investir no denuncismo de olho nas vendas.
"A "Carta Capital" faz a diferença.
É uma boa política não ter uma preocupação
eminentemente de mercado. É preciso pensar na qualidade
da informação que o brasileiro recebe. Principalmente
num momento em que, muitas vezes, o denuncismo pelo denuncismo
tem prevalência sobre a notícia e a informação,
mantenha a seriedade, porque o Brasil só ganha com
isso."
O discurso de Lula contrasta com o modo com que o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encerrara o seu,
minutos antes: "Uma boa imprensa é a sociedade
conversando consigo mesma. Ao elogiar Carta, Lula criticou
a classe política. Disse que, "toda vez que uma
pessoa se destaca em alguma atividade, forma-se um pacto de
mediocridade" para impedir seu sucesso.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
|