O ministro
do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, afirmou que o desemprego
no país deve fechar o ano abaixo dos 10%, com 2 milhões
de empregos gerados. Para o ministro, o crescimento de 5,5%
do emprego de janeiro a julho é expressivo. "O
quadro é muito favorável pois em três
meses reduzimos a taxa em dois pontos percentuais e o cenário
é de contratação em vários setores
da economia".
O ministro se refere a dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), que mostram que, em três
meses, o desemprego caiu de 13,2% para 11,2%. Segundo ele,
foram gerados, de janeiro a julho deste ano, 1,246 milhão
de empregos formais.
''Isso é importante para o reaquecimento do mercado
interno e mais importante ainda para o financiamento da Previdência
social'', afirmou o ministro, acrescentando que a necessidade
de financiamento do INSS através das contribuições
sociais que não são diretamente vinculadas à
folha será menor do que o projetado no início
do ano.
De acordo com Berzoini, o crescimento do emprego registrado
nos últimos meses mostra que o Brasil pode chegar até
o fim deste governo com mais de 10 milhões de empregos
gerados, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Berzoini sustenta que ''essa não é
uma meta, mas uma referência''.
O ministro acrescenta que ''o Brasil perdeu tantos empregos
no governo passado que, para recuperar, será necessário
gerar 10 milhões de novos postos''.
Berzoini disse ainda que não haverá tempo para
concluir o debate sobre a Reforma Trabalhista até o
fim deste ano, o que deve ser feito em 2005. A expectativa
é que a tramitação esteja na etapa de
conclusão apenas no início de 2006. Para 2004,
o ministro espera encaminhar ao Congresso a proposta de Reforma
Sindical.
''A sociedade não deve esperar do atual governo uma
reforma que afete de forma negativa a relação
do trabalho ou crie a supressão de direitos trabalhistas.
O nosso compromisso é modernizar e isso só virá
se houver entendimento responsável entre as centrais
sindicais e as confederações empresariais'',
defendeu.
Para o ministro, o projeto que institui as Parcerias Público-Privadas
(PPP) é fundamental para o crescimento sustentável.
Ele lamentou que as discussões estejam paralisadas
no Congresso. ''Lamento que, pela disputa eleitoral, alguns
setores estejam marcando posição e não
ajudando no debate.
Berzoini avalia que as dificuldades da economia brasileira
por conta dos problemas de infra-estrutura já causam
encarecimento da produção e da distribuição.
Para ele, é necessária a aprovação
das PPPs para ampliar o volume de investimentos do governo
e diminuir os reflexos dos gargalos de infra-estrutura no
crescimento econômico.
DIMALICE NUNES
do Jornal do Brasil
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