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“Brilhante. É
o mínimo que se pode dizer de sua coluna desse domingo.
Seria fantástico ver, ao menos nos finais de semana,
as dependências universitárias abertas para receber
as comunidades mais carentes. Ou, ainda melhor, as universidades
deslocando-se para essas comunidades. Nunca participei do
Projeto Rondon, mas o que ouço é muito bom.
Já pensou um Projeto Rondon semanal, com o revezamento
de estudantes?”,
Diorindo Lopes Júnior,
São Paulo – SP - diorindo@uol.com.br
“A princípio senti
um certo arrepio ao ouvir falar desta nova modalidade de bolsa
que, de certa forma, irá beneficiar merecidamente alunos
carentes, mas também, mais uma vez, as instituições
particulares de Ensino Superior: diminuindo a elevada inadimplência
ao pagar as mensalidade de alguns. Mas o artigo, publicado
no domingo, esclarece de forma transparente a proposta, tornando-a
bem palatável. Não devemos esquecer contudo,
que as instituições privadas de ensino, em sua
maioria, não geram conhecimento, apenas o transferem.
Junto à Bolsa-Universidade é necessário
que o MEC não se esqueça de reservar algum recurso
para investir nas combalidas instituições públicas
de Ensino Superior, que além de transferir conhecimento
também o geram",
Antonio Paulino Ribeiro Sobrinho
- sobrinho.bhz@terra.com.br
“A bolsa-universidade
pode ajudar? Teremos mais alunos matriculados, poderemos fazer
um bom trabalho (pois somos mais ágeis que as públicas),
garantiremos os nossos empregos, mas ainda receberemos uma
grande quantidade de alunos despreparados e indiferentes ao
curso. O ensino básico não deveria ser a prioridade
de qualquer governo sério? Insistir na universidade
nesse momento não é perder tempo e recursos?”,
Valdir Amado da Silva
- sempreamado@uol.com.br
“Gostaria de sugerir também
que estes alunos e os das entidades privadas também
dessem uma contrapartida para a sociedade, já que depois
de formados eles praticamente estarão a serviço
dela: prestação compulsória de serviços
comunitários, mas nos moldes do antigo Projeto Rondon.
Cito este Projeto para não excluirmos os brasileiros
que "sobrevivem" nos mais distantes rincões
do país. Acho que três meses da vida de um universitário
não atrapalharia sua vida e seria de enorme valia tanto
para eles como para nós. Eles também estão
esquecidos e dependendo dos programas sociais do governo federal
que, na maioria dos casos, só funcionam quando existe
uma câmera de TV e um repórter acompanhando a
sua aplicação”,
Edmir de Machado Moura
- negrinho10@hotmail.com
“A idéia em tese
é excelente, mas aqui em Goiás, a prática
tem demonstrado o lado ruim do projeto. A bolsa-universitária,
infelizmente, tem se prestado à barganha eleitoral.
Não há nenhuma seleção objetiva
para os beneficiados. Cada cacique político "tem"
uma certa quantidade de vagas que ele transforma em energia
eleitoral, que por sua vez é transformada em voto.
Aqui em Goiás há UEG (Universidade Estadual
de Goiás), ainda nova, que tem muito a desenvolver.
Por que não investir na UEG? Por que não criar
sistemas de cotas para negros e alunos de baixa renda?”,
Alexandre Prates, Goiânia
– GO - alexprates30@hotmail.com
“Leciono língua
portuguesa, literatura e redação em duas escolas
do município de Tapira, noroeste do Paraná.
Temos, nós professores, direito a 20% de hora-atividade
sobre o total de aulas, período em que deveríamos
preparar aulas, corrigir provas, atender alunos. Como tenho
2 padrões, tenho direito a 8 horas-atividade por semana.
Até o ano passado usava 4 destas horas para atender
alunos num "curso" de língua e literatura
em uma das escolas acima. Este ano o conceito de hora-atividade
mudou. Tenho de fazê-las no mesmo turno em que leciono,
o que impede totalmente que meus alunos as freqüentem,
impedindo a continuação do "curso"
que vinha ministrando a eles. Procurado por eles expliquei-lhes
a situação e propus que viessem à noite.
Tenho uma lista com 25 nomes que querem comparecer. Procurei
então a equipe de ensino do Núcleo Regional
de Umuarama para que invertesse o turno das horas que faço
de manhã, para que as fizesse no período noturno,
podendo assim atender a estes alunos. Fui informado de que
isto não pode ser feito, de que estas horas-atividade
são para que a equipe pedagógica de minha escola
faça um "trabalho" comigo e com outros professores
e não para o que pretendia fazer: atender alunos que
querem aprender mais. Provavelmente a equipe pedagógica
da escola terá para mim alguma coisa de auto-estima,
auto-ajuda, leitura de texto pedagógico, estas coisas
sem sentido de que a educação se alimenta. Pode
uma coisa destas? Tive o orgulho de receber de uma das alunas
que freqüentaram este cursinho o agradecimento por ter
passado em 2º lugar no vestibular de Letras de uma faculdade
pública e não poderei ter mais este prazer.
Depois o Estado vem dizer que se preocupa com educação
e emprega este tipo de cérebro para fazer tais normas.
E quem se preocupa com os alunos? Quem, em sã consciência,
dispensaria um idiota que quer fazer valer o dinheiro que
lhe pagam? Sempre acreditei que a escola pública é
a solução para o Brasil. O que não pode
ser a solução para nada é esse tipo de
imbecil que tenta (porque não vai conseguir) parar
iniciativas como esta. Apesar deles, o "curso" prosseguirá.
Se não na escola, na rua, no coreto da praça,
onde houver alunos querendo ouvir, e sempre os há,
mas que dá raiva trabalhar sob ordens de semelhantes
seres, isso dá”,
Carlos Emiliano Filho
- carlos_e_filho@hotmail.com
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