SÃO PAULO - Somente em 2003
foram assassinados 2.071 jovens com idade entre 15 e 24 anos
na cidade de São Paulo. Isso significa que, a cada
dia, em média, quase seis pessoas (5,6) nessa faixa
etária morreram vítimas de homicídios.
Os dados são do Programa de Aprimoramento das Informações
de Mortalidade no Município de São Paulo (Pro-Aim).
Mais de 93% deste total são homens.
O número total de homicídios
no ano passado foi de 4.999. A segunda faixa etária
com mais mortes foi a de 25 a 34 anos, com 1.527. A cidade
de São Paulo tem 10,27 milhões de habitantes,
segundo o Censo de 2000. Mais de 20% desse total são
de adulto-jovens (nomenclatura usada pela Organização
Mundial da Saúde para pessoas com idade entre 15 e
24 anos).
O maior número absoluto de
assassinatos foi registrado no Grajaú, na zona sul.
"Foram 149 homicídios,
para uma população de adulto-jovens de 84.930.
Por conta disso, a região ocupa a 5ª colocação
no ranking de locais com maior risco de morte na capital",
explica Marcos Drumond Júnior, da Coordenadoria de
Epidemiologia de Informações da Secretaria Municipal
de Saúde.
No topo da lista está o Pari,
bairro da região central. Ali vivem 2.274 pessoas entre
15 e 24 anos - no ano passado, cinco delas morreram assassinadas.
"O número de vítimas
é alto para a quantidade de pessoas. Por isso, o Pari
ocupa a liderança", diz Drumond. Para ele, os
homicídios de jovens se concentram na periferia e em
áreas mais pobres por conta da falta de estrutura dessas
regiões.
"Não há opção
de lazer e de educação, nem há emprego.
Por isso, muitos se envolvem com o tráfico e acabam
mortos", diz.
ROBERTA RODRIGUES
do Diário de S. Paulo |