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Todos os 21 prédios
que abrigam unidades dos CEUs (centros educacionais unificados)
têm problemas na construção, revela uma
auditoria concluída ontem pelo secretário municipal
da Educação, José Aristodemo Pinotti.
O mais atingido é o CEU Paz, na zona norte da cidade,
utilizado como exemplo pelo prefeito José Serra (PSDB).
Lá, a lista da prefeitura enumera cerca de 50 defeitos.
Com rachaduras, as duas piscinas foram esvaziadas e interditadas.
Há também rachaduras no piso da escola, degraus
quebrados, falta de escadas, tubulações com
vazamento, pintura danificada, problemas na vedação
e no ar-condicionado e até infiltração
de esgoto no poço do elevador.
"O CEU Paz é o pior, mas não o único
com problemas graves. A quantidade de problemas é brutal",
afirma Pinotti, que enviou ainda ontem o relatório
para o Departamento de Edificações da prefeitura.
O órgão vai entrar em contato com as construtoras
para que os reparos sejam feitos -sem ônus para os cofres
públicos.
Serra chegou a dizer ontem que o CEU Paz tem "risco de
desabar". "Precisa haver obras adicionais, senão
vai afundar, vai cair. Foi mal construído" afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de interrupção
de atividades e até de aulas, o tucano disse esperar
que não, mas que vai depender das obras de engenharia.
No CEU Aricanduva, na zona leste de São Paulo, outra
unidade citada no relatório da Secretaria da Educação,
há rachaduras nas juntas de dilatação.
"Pala quantidade de defeitos, penso que não houve
um cuidado especial nas obras de construção",
diz Pinotti.
Segundo o secretário, as aulas não serão
interrompidas para a reforma dos prédios.
Cida Perez, secretária da Educação na
gestão de Marta Suplicy (PT), em que os CEUs foram
construídos, diz que a nova prefeitura não avalia
o desgaste natural pelo uso. "É necessária
uma manutenção constante, já que cerca
de 800 mil pessoas freqüentam os 21 CEUs a cada mês."
A Folha procurou ontem, no final da tarde, a assessoria de
comunicação da OAS, construtora responsável
pelo CEU Paz. Até a conclusão desta edição,
porém, a empresa não havia ligado de volta.
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S. Paulo
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