Foram registrados
26 assassinatos em Curitiba e em sua região metropolitana
entre sábado e terça-feira, período do
feriado do Carnaval. Esta é mais uma informação
para justificar o título desta coluna: Curitiba dá
pena.
Dá pena porque nos acostumamos a admirar aquela cidade
como um laboratório urbano de civilidade, especialmente
para as nações mais pobres. Muitas das invenções
curitibanas se propagaram pelo mundo --mas a violência
atinge sua imagem, revelando uma desagregação
social combinada com ineficiência policial. A civilidade
de uma comunidade começa pelo direito à vida.
A matança do feriado apenas reforça o relatório,
divulgado na semana passada, com base
em dados do Ministério da Saúde. A taxa
de assassinatos é de 49,3 por 100 mil habitantes em
Curitiba, muito maior do que a média nacional --a linha
do homicídio, segundo o documento, cresce a cada ano.
Mesmo considerando a possibilidade de desvios
estatísticos apontados pela Folha, a cidade está
pior do que São Paulo e, na melhor das hipóteses,
igual ao Rio.
Curitiba é mais um exemplo do poder avassalador da
epidemia da violência, abalando sua imagem de cidade
modelo --é uma pena não só para eles,
mas para todo o país.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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