Vemos todos os dias e por todos
os lados os sintomas da baixa escolaridade dos brasileiros.
Vemos, por exemplo, na imensa taxa de adolescentes grávidas.
Ou na incapacidade de boa parte da população de entender um
texto simples. Vemos também na baixa produtividade dos trabalhadores
ou falta de cuidados elementares com a saúde. Nada, porém,
é tão revelador do extremo da ignorância do que uma estatística:
anualmente, 550 mil que nascem no Brasil não tem nenhum registro.
Sem certidão de nascimento, elas não existem como cidadãos.
E, pior de tudo, tem mais dificuldade de receber benefícios
sociais ou até se matricular numa escola. Vamos repetir: são
550 mil.
Uma das razões para esse número é apenas desinformação: muita
gente não sabe que, desde o final da década de 90, não se
cobra mais para tirar a certidão. Por isso, foi lançada, nesta
semana, uma mais que urgente campanha, envolvendo diferentes
entidades, lideradas pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas
para a Infância), para que se informe a todos sobre esse elementar
direito.
Às vezes, combater a miséria exige menos dinheiro e esforço
do que se imagina. Às vezes, basta um pouco, muito pouco,
de informação.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
UNICEF
promove ações para diminuir índice de sub-registro civil no
Brasil
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