Se o PT estivesse na oposição
teria tentado fazer exatamente o que a oposição
conseguiu fazer com o partido na questão do salário
mínimo. É irresistível politicamente,
ainda mais num ano eleitoral, acenar com um aumento do salário
mínimo.
Mas administrativamente é um risco por aumentar ainda
mais os rombos orçamentários --foi por essa
razão, e a contragosto, que Lula se viu obrigado a
oferecer um reajuste pequeno, de olho na realidade das contas
públicas. Duro aprendizado.
O aumento do mínimo, se aprovado em todos os trâmites,
significa uma coisa óbvia. O governo terá de
fazer corte em seus gastos para tapar mais esse rombos. E,
fatalmente, serão cortes em investimentos.
Lula é vítima, na Presidência, de sua
pregação na oposição. E agora
terá de se queimar para vetar o mínimo ou pagar
com mais cortes de recursos vitais para o crescimento econômico.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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