Foi concluído
neste mês estudo mostrando que cerca de 18% de estudantes
de duas escolas municipais em bairros pobres da cidade de
São Paulo são superdotados. Mas o que são
superdotados? Esqueça o que você sabe ou pensa
que sabe sobre o assunto.
Há um esforço entre especialistas de desmistificar
o superdotado, que se associa à figura do gênio,
desses que tocam piano excepcionalmente bem aos cinco anos
de idade ou resolvem precocemente equações matemáticas.
O conceito mais apropriado é o de alta habilidade.
São estudantes com habilidades acima da média
em artes, matemática, ciências, liderança,
esportes ou português. Valorizam-se, assim, as mais
diferentes habilidades, porque, na verdade, existem diferentes
tipos inteligências.
Existem aqui vários problemas pela falta de conhecimento
sobre altas habilidades. O mais óbvio deles é
como as escolas, especialmente as públicas, não
sabem identificar os superdotados. Nem muito menos como ajudá-los.
Como, muitas vezes, os altamente habilidosos não suportam
a rotina escolar, eles são desprezados e punidos. E,
não raro, tratados com antidepressivos. É comum
superdotados serem hiperativos ou terem distúrbio de
atenção.
Por causa da péssima educação pública,
nosso maior desperdício é o de talentos em geral.
Isso se torna ainda mais grave diante dessa multidão
de indivíduos que nasceram como uma altíssima
propensão ao talento. O que, se estatística
estiver correta, estamos falando de cerca de 10 milhões
de estudantes. Jogamos fora o que temos de melhor - e, não
raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe
de pior.
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Para ajudar pais e professores, coloquei no site
uma série de dados para aprender a desconfiar se
estão diante de crianças e jovens superdotados.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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