Uma pesquisa
da CNI (Confederação Nacional da Indústria),
que acaba de ser divulgada, informa que inúmeros setores
da economia estão desesperados à procura de
mão-de-obra qualificada. Não estamos falando
aqui de doutores, mas de qualificações simples.
Esse é o desemprego dos idiotas.
É preciso muita idiotice pública (muita mesmo)
para chegarmos nessa situação em que há
um imenso número de desempregados, especialmente jovens,
e uma não menos imensa demanda por trabalhadores com
um mínimo de preparo. Além do drama humano dos
batalhões de marginalizados, temos um nada desprezível
impacto no crescimento econômico. Sem contar que, com
melhor educação profissional, se conseguiria
distribuir mais a renda.
O desemprego dos idiotas ocorre, entre outros motivos, porque
se dá mais atenção aos cursos superiores
tradicionais, os quais, muitas vezes, são de péssima
qualidade e cuja empregabilidade é baixíssima.
Isso com estímulo oficial que dá bolsas a alunos
mais pobres cursarem faculdades medíocres.
Para reduzir esse problema, bastaria conhecer as vocações
econômicas locais e preparar mão-de-obra para
elas, acrescentando ensino profissionalizante ao ensino regular.
Tudo isso pode ser feito com a ajuda dos recursos de educação
à distância. Nada disso é novidade e já
temos, no Brasil, vários casos de sucesso.
É muito mais barato um curso superior para tecnólogo
do que a graduação normal. Mas muitos jovens
não sabem disso na hora de prestar o vestibular.
O melhor que se pode fazer pela inclusão de verdade
dos jovens é ampliar a oferta de ensino profissionalizante,
transformando as escolas de ensino médio numa porta
de saída ao mercado de trabalho.
*
Coloquei no site algumas
experiências de ensino profissionalizante que merecem
ser acompanhadas.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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