Gosto da
idéia do CEU, por transformar uma escola num pólo
de desenvolvimento comunitário. Marta Suplicy entra
na história da inclusão social paulistana por
levar esse tipo de equipamento para a prefeitura --uma obra
ampliada por seu sucessor Gilberto Kassab e apoiada por Geraldo
Alckmin. Virou consenso. Mas há, em toda essa adesão,
uma ignorância óbvia --e daí se vê
a dificuldade de aprofundar questões técnicas
num debate eleitoral.
O conceito do CEU é irretocável ao transformar
a escola num centro de convivência também para
as escolas do entorno para que se beneficiem de programas
de artes, esportes e cultura --e agora todos falam em fazer
dali um espaço de ensino profissionalizante.
O problema é que se valoriza mais, muito mais, o prédio
e não o que sai dele. É surpreendente (e daí
a ignorância) que quase ninguém se incomode com
as notas dos alunos que estão nos CEUs, menores do
que a média escolar das escolas municipais --e, às
vezes, menor do que de escolas de três turnos.
É algo parecido a um hospital bonito, mas que não
cura direito. A qualificação do debate educacional
é os pais saberem (e cobrarem) como e se os filhos
aprendem. É mais fácil, porém, impressionar
os eleitores com obras do que com formação de
professor --sem isso, como se vê nos CEUs, pouco funciona
e vira um clube.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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