Cada vez mais, o diferencial de
qualquer empresa é a produção de conhecimento,
o que exige investimento em pesquisa e formação
de mão-de-obra. Uma experiência está buscando
atingir esses objetivos sem aumentar sua folha de pagamentos.
É uma mistura de incubadora, laboratório e
loja —é a fórmula que a Ellus está
experimentando, sem contratar ninguém, para manter-se
próxima das inovações da moda e atrair
talentos, objetivos perseguidos por qualquer empresa obrigada
a reciclar permanentemente seus produtos e serviços.
Comandado pela estilista Adriana Bozon, esse projeto ganhou
o nome de 2nd Floor. Isso porque foi instalado no segundo
andar da loja da empresa na rua Oscar Freire, em São
Paulo.
"A indústria da moda depende da criação
permanente. É necessário estar próximo
de quem inova", diz Adriana.
O funcionamento da experiência é simples. Adriana
é uma espécie de caçadora de talentos,
para os quais oferece um estímulo para desenvolver
seus produtos e, ao mesmo tempo, visibilidade para vendê-los.
Os produtos são oferecidos no segundo andar, aproveitando
o fluxo de clientes da Oscar Freire, rua das grifes, que se
transformou numa referência nacional. O jovem estilista,
portanto, ganha uma vitrine para desenvolver sua marca e fazer
carreira solo .
Não é um projeto de benemerência, mas
de troca de interesses. Algumas das produções
do 2nd Floor são, eventualmente, compradas pela própria
empresa —afinal, eles estão lá dentro
mesmo. "Do ponto de vista mercadológico, o projeto
mostra um esforço de proximidade com o novo."
Neste mês, essa vanguarda ganhou holofotes. Um grupo
de estilistas do 2nd Floor mostrou suas criações
na São Paulo Fashion Week —como aconteceu com
Priscila Darot, cuja estréia eu contei na minha coluna
"Urbanidade", em Cotidiano, no último dia
16. "É apenas o começo", afirma Adriana.
Com dois anos, a experiência começa em 2004
a sair de São Paulo: serão abertos mais espaços
em lojas das principais capitais brasileiras, para seduzir
novos talentos, muitos dos quais precisam vir para as metrópoles
se querem aparecer.
Para Adriana, é apenas uma volta no tempo. Quando
ainda era estagiária de moda, com 19 anos, sentiu o
que significou abrir espaço para aprendizado aos mais
jovens.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Sinapse.
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