O ex-catador de material reciclável
no extinto lixão de Canabrava, Genivaldo Bispo dos
Santos, 34, é o vice-presidente da Cooperativa de Catadores-Caec
formada por 47 cooperados. Juntamente com Ubiratan Lomanto
compôs o hino da cooperativa, que segundo ele, foi feito
para dar uma pausa no sofrimento e festejar as conquistas.
Todos eles relatam a melhoria ocorrida em suas vidas desde
que passaram a trabalhar cooperativamente.
A Caec é uma das iniciativas voltadas para a promoção
dos catadores de material reciclável, em Salvador.
Formada por ex-catadores do lixão de Canabrava, foi
criada com apoio da ong Pangea que faz o treinamento e viabiliza
recursos de parceiros para a infra-estrutura e benefícios
como cesta básica e vale transporte. Cada cooperado
recebe em média R$ 300 por mês.
Em fase de incubação, a Caec busca a auto-sustentação.
Com o trabalho dos cooperados já são pagas as
despesas de água, luz e telefone. Os custos com frete
de caminhões para transporte do material e o aluguel
do galpão ainda são bancados com recursos dos
apoiadores (União Européia, Cooperação
para os Países Emergentes – Cospe, Secretaria
Estadual de Combate à Pobreza e as Desigualdades Sociais,
Program Fome Zero, Bahiapet Reciclagem, Braskem, Projeto Axé
e Petrobras).
Com a ajuda de escolas, condomínios e empresas que
aceitam a colocação dos seus conteiners, a cooperativa
tem conseguido vender de 35 a 40 toneladas/mês de materiais
como papel, papelão, plático, pet e metais.
O vidro é doado para o hospital do Câncer. Um
problema ainda é a perda de cerca de 15% do material
coletado por se tratar de resíduos não-recicláveis
como papel carbono, copos descartáveis, clips, disquetes
e outros que as pessoas descartam como se fossem recicláveis.
“Além de não aproveitarmos, ainda temos
que pagar o frete para o aterro de Simões Filho”,
observou o cooperado e coordenador de triagem, José
Antônio Souza dos Santos, 32.
Uma diferença básica na operação
da coleta seletiva da Caec, em relação à
que é feita pela prefeitura, é que, para participar
basta separar o que é reciclável do que não
é reciclável, não sendo necessário
separar por tipo de material- plástico, metal, papel
e vidro. Para a moradora de um dos condomínios que
colaboram com a cooperativa, Alzira Contreiras Santos, esse
formato tornou a separação do lixo mais descomplicada.
Admitindo-se como uma principiante em reciclagem, ela acha
que a idéia tem que ir para as escolas. “Não
fomos educados para separar o lixo. Isso pode ser ensinado
às crianças”, disse.
As informações são
do jornal A Tarde, Salvador - BA.
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