A Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo) vai adotar o sistema
de cotas para negros, pardos e índios e criou 27 novas
vagas (10% do total) para destinar aos beneficiados. O critério
entra em vigor no próximo vestibular.
Com a decisão, a Unifesp será a primeira universidade
pública no Estado de São Paulo a trabalhar com
o sistema de cotas.
As cotas serão para aqueles que cursaram o ensino
médio integralmente em escolas públicas. Negros,
pardos ou índios que estudaram em escola particular
não terão direito ao benefício.
Segundo o pró-reitor de graduação da
Unifesp, Edmund Chada Baracat, o critério para definição
da etnia será feito por autodeclaração
do candidato, no ato da inscrição no vestibular.
Segundo a reitoria da universidade, no ano passado seis alunos
matriculados no curso de medicina eram negros e pardos e somente
dois deles tinham cursado o ensino médio em escolas
públicas. O curso oferece 110 vagas.
No curso de enfermagem, que tem 80 vagas, apenas oito alunos
matriculados eram negros e pardos e somente três deles
haviam concluído o ensino médio em instituições
públicas. No total, a universidade oferece 273 vagas.
Com as cotas, serão 300.
Unicamp
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) também
vai adotar um sistema para beneficiar negros, pardos ou índios,
mas não destinará cotas.
A iniciativa, denominada Programa de Ação Afirmativa
de Inclusão Social, dará 40 pontos extras para
candidatos que se autodeclararem negros, pardos ou índios
na classificação final do vestibular, desde
que tenham cursado o ensino médio exclusivamente em
escola pública.
FERNANDA BASSETTE
da Folha de S.Paulo
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