Os problemas
ainda são grandes, mas a educação brasileira
avançou tanto que, hoje, as cobranças são
também maiores e a qualidade passou a ser o mais importante.
A avaliação do vice-diretor-geral da Organização
das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (Unesco), Márcio Barbosa, é
a de que o Brasil está trabalhando no caminho certo,
mas tem muito o que fazer na qualidade.
"Chegou-se a um ponto no País em que se pode
falar, por exemplo, das dificuldades do ensino de ciência
nas escolas brasileiras. Não se precisa mais discutir
que não há escolas suficientes", disse
ele.
Na próxima semana, durante a Conferência Mundial
de Educação, em Genebra, o tema será
justamente a qualidade na educação. Barbosa
acredita que o Brasil terá muito o que trazer da Suíça.
"O governo brasileiro poderá trazer muito mais
experiências do que contribuir. Essa é uma área
em que o trabalho está começando no País",
afirmou.
As experiências de países nórdicos, como
Suécia e Finlândia, acredita Barbosa, podem ser
aproveitadas pelo Brasil. "Claro que há sempre
a questão do tamanho do Brasil, que dificulta o trabalho.
Mas algumas experiências, de baixo custo, podem ser
aproveitadas em larga escala", explicou.
Em novembro, o Brasil será sede do encontro mundial
Educação para Todos, em que a Unesco e outros
órgãos das Nações Unidas vão
apresentar a avaliação das metas traçadas
em 1999 para a área de educação. Segundo
Barbosa, algumas precisarão ter seus prazos estendidos
porque muitos países não conseguirão
alcançá-las.
O Brasil, no entanto, estaria bem na maior parte dos pontos,
mas Barbosa não quis adiantar os resultados.
LISANDRA PARAGUASSÚ
da Agência Estado
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