Lívia
Cortizo
As escolas públicas já podem ter cardápio
variado. No último dia 16, foi lançado o primeiro
livro de receitas de merenda escolar do Estado de São
Paulo. Produzido pela Secretaria de Educação
junto com o Departamento de Suprimento Escolar, o objetivo
foi inovar o cardápio padrão da refeição
nas escolas, aumentar o consumo dos alimentos e incentivar
o profissional que prepara a merenda.
O livro está sendo distribuído, gratuitamente,
para todas as escolas da rede centralizada e descentralizada.
São 88 receitas que utilizam os produtos adquiridos
e enviados às unidades de ensino fundamental.
De acordo com o coordenador do projeto, Frederico Rozanski,
a publicação foi resultado de um concurso com
duas mil preparadoras de merenda escolar. “Foram selecionadas
as receitas que atendessem aos critérios de criatividade,
economia e praticidade”. Ele acrescenta que a iniciativa
foi excelente porque valorizou o trabalho das merendeiras.
“Ser elogiado é muito bom. Algumas se emocionaram.
Houve até premiação para elas.”
Segundo ele, três milhões e 200 mil alunos de
ensino fundamental recebem uma refeição, diariamente.
E, no prato, contém alimentos que proporcionam uma
alimentação rica e saudável. “Ninguém
consegue trabalhar e ter um rendimento bom na escola se não
se alimentar bem“, afirma.
O coordenador conta que no dia do lançamento foi feita
uma refeição para 500 pessoas, dentre elas jornalistas,
professores, o governador, Geraldo Alckmin, e o secretário
estadual da Educação, Gabriel Chalita. O cardápio
foi nhoque de batata flocos, uma das receitas selecionadas
para o livro. “As pessoas comeram tanto que foi necessário
fazer mais às pressas. Isso prova que a refeição,
além de ser saudável, ainda é saborosa”,
diz.
Sirva-se
Além de comerem bem, as crianças também
aprenderão a se educar à mesa. O projeto Sirva-se,
integrado com o do livro para a melhoria da qualidade da refeição,
desenvolveu balcões térmicos para que os alunos
se alimentem por meio do sistema self-service. O equipamento
tem durabilidade aproximada de 10 anos, além de altura
e profundidade apropriadas para que a criança desenvolva
autonomia.
Segundo Chalita, o sistema faz com que a criança e
o adolescente aprendam a se educar na hora das refeições.
"Um projeto educativo envolve, inclusive, questões
como pegar um prato, manejar os talheres e escolher alimentos
sem imposição e limitação",
afirma.
Rozanski afirma que o consumo da merenda escolar aumentou
25% e o desperdício diminuiu muito depois da iniciativa.
“Com esse sistema, elas escolhem a comida que querem,
criam noções de qualidade e quantidade de alimentos,
e formam bons hábitos alimentares.”
|