A nova
avaliação do ensino superior no País
começa nesta quarta-feira a sua primeira fase, com
as instituições tentando analisar a si mesmas.
Uma das três fases do novo Sistema Nacional de Avaliação
do Ensino Superior (Sinaes), a auto-avaliação
é a primeira a começar e pode levar até
dois anos.
A próxima fase a sair do papel é o Exame Nacional
de Desempenho (Enade), o novo provão, que ocorrerá
em 7 de novembro.
O sistema completo incluirá, além da auto-avaliação,
a avaliação por comissões externas e
o Enade. Quando tiver o resultado final desses três
pontos é que o MEC fará um relatório
final sobre cada instituição, o que significa
pelo menos três anos para que se conclua que uma instituição
é realmente ruim e possa ser fechada pelo ministério.
"Tem um largo processo. Esse sistema tem alta complexidade,
muita precisão, muita abrangência e ele demora.
Nossa visão é mais de médio e longo prazo",
disse o ministro da Educação, Tarso Genro.
Atualmente, 80,6% das 2.124 instituições de
ensino superior já formaram suas comissões internas
de avaliação, incluindo 64% das estaduais que,
por lei, não são obrigadas a participar, já
que não estão sob jurisdição federal.
Das universidades federais, 87,2% já têm as comissões.
Entre as privadas, o índice é de 82,6%.
"Cada instituição receberá um prazo
de até dois anos para finalizar sua auto-avaliação.
Depois disso, será feita a avaliação
externa, terceira fase do processo, que será conduzida
por especialistas em cada área de conhecimento",
explicou Hélgio Trindade, coordenador do Conselho Nacional
de Avaliação do Ensino Superior.
Na auto-avaliação, as instituições
terão de seguir um roteiro preparado pelo MEC para
que possa haver comparação entre os resultados.
Esse roteiro prevê quatro áreas de avaliação
- ensino, pesquisa, extensão e pós-graduação
- com pontos que todas deverão levar em conta, o chamado
núcleo básico, e outros pontos opcionais, adequados
ao perfil e tamanho da instituição.
Na área de ensino, por exemplo, todas as instituições
terão de avaliar as práticas pedagógicas
e a pertinência dos currículos. E poderão
optar por incluir, por exemplo, a periodicidade com que os
currículos são renovados.
Na pesquisa, um dos pontos obrigatórios é analisar
se os estudos têm relevância social. Na parte
optativa, pode-se avaliar se há incentivo para formação
de novos pesquisadores.
As fases do Sinaes
- A auto-avaliação começa neste
1.º de setembro. Comissões internas vão
avaliar quatro áreas: ensino, pesquisa, extensão
e pós-graduação. Cada instituição
tem um prazo de até dois anos para se auto-avaliar
- O Enade, que substitui o Provão. O exame será
em 7 de novembro
- A avaliação externa, que ainda não
tem cronograma definido. Comissões formadas por especialistas
vão analisar as instituições
- O relatório sobre cada instituição
será montado pelo MEC com o resultado das três
fases anteriores
LISANDRA PARAGUASSÚ
da Agência Estado
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