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incentivo
05/12/2003
Indústria quer carros com menos impostos

Depois de obterem prorrogação por mais três meses na alíquota reduzida do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as montadoras agora defendem um "debate" para que o setor consiga o que classifica de "patamares mais adequados de impostos".

O argumento da Anfavea (associação das montadoras) é que a carga tributária do setor no Brasil é a mais alta do mundo -de 35% sobre o valor final dos carros. E que estaria muito acima da média mundial, de 15% a 16%.

"Não podemos ficar vivendo de soluços. A cada crise, irmos ao governo reivindicar uma nova redução [de impostos]", disse Ricardo Carvalho, presidente da Anfavea. "O que deveria ser feito nos próximos meses, aproveitando a reforma tributária, seriam discussões para um acerto definitivo, debater a tabela do IPI e ver se merece aprimoramento", completou.

O incentivo ao setor ocorreu em duas etapas. A primeira, em agosto. A pedido das próprias montadoras, o governo decidiu reduzir, a partir de 6 de agosto, em até três pontos percentuais a alíquota do IPI a fim de estimular as vendas do setor. Esse acordo, que deveria vigorar até domingo passado, foi prorrogado, na semana passada, por mais três meses -até o final de fevereiro de 2004.

Para convencer o governo a estender o incentivo, as montadoras apresentaram planilhas com a evolução na média diária de vendas e um estudo pelo qual, embora tivesse ocorrido queda na arrecadação do IPI, esta foi compensada com a alta na arrecadação desse imposto mais o PIS e a Cofins (que incidem sobre o faturamento das empresas). Segundo a Anfavea, a arrecadação dos três tributos passou de R$ 422 milhões em julho (pré-incentivo) para R$ 523 milhões em outubro.

Produção e vendas
As vendas de carros e comerciais leves recuaram 7,4% em novembro comparadas às de outubro. Foram comercializadas 130,3 mil unidades no período, contra 140,7 mil em outubro. Em relação a novembro de 2002, no entanto, houve aumento de 5,7%.

A produção de veículos no mês passado atingiu 168,1 mil unidades, resultado praticamente estável em relação a outubro (168,7 mil). Sobre novembro de 2002 (produção de 165,4 mil unidades), houve acréscimo de 1,6%.

Os resultados dos últimos três meses fizeram com que a Anfavea revisse, para cima, as projeções do ano. As montadoras estimam encerrar o ano com produção de 1,82 milhão de unidades, com alta de 1,7% sobre o 1,79 milhão de unidades produzidas em 2002. Até novembro, a projeção também era de expansão, mas de 1%.

Revisão mais expressiva é a que se refere às vendas internas: até outubro, a Anfavea estimava queda de 10% no ano. Agora, prevê que ficará em "apenas" 6,8% (de 1,48 milhão em 2002 para 1,38 milhão de unidades neste ano).

 


José Alan Dias,
da Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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